Câmara do Recife vota retirada de busto de Castello Branco, que presidiu Brasil na ditadura, de ponte

"Já deixei dito: monumento é homenagem. Cabe ao povo decidir quem será homenageado ou não", disse Ivan Moraes (PSOL), autor do requerimento, que enfrenta resistência de vereadores do PSDB e PSC

O vereador Ivan Moraes, de Recife (Divulgação)
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A Câmara do Recife debate em sessão remota nesta terça-feira (30) um requerimento do vereador Ivan Moraes (PSOL) que pede a retirada de um busto de Humberto Castello Branco, um dos ditadores que presidiu o Brasil durante a ditadura militar, da ponte que leva o nome do militar e é conhecida como Ponte da Caxangá, na Zona Oeste da capital pernambucana.

"Já deixei dito: monumento é homenagem. Cabe ao povo decidir quem será homenageado ou não", escreveu Moraes no Twitter.

https://twitter.com/ivanmoraesfilho/status/1277972218585026561

O vereador ainda destacou os argumentos usados por opositores para derrubar o projeto.

"No debate, entre vereadores contrários ao nosso requerimento que retira o busto de Castelo Branco, estão questionamentos ao monumento Tortura Nunca Mais e até continência ao exercito brasileiro. A votação vai ser interessante".

https://twitter.com/ivanmoraesfilho/status/1277974569542811656

Na sessão do dia 22 de junho, o vereador André Régis (PSDB) criticou o requerimento, dizendo que trata-se de "falta de foco" e minimizou a ditadura militar no Brasil. “Trata-se de obscurantismo e não cabe a este Poder dizer quem teve ou não razão”, afirmou o tucano, que pediu vistas e adiou a votação da proposta.

Renato Antunes (PSC) criticou na mesma sessão dizendo que é simplismo revisar a história dessa forma. “A história é fruto da contradição. Se retirar o busto da ponte, vamos colocar o quê no lugar, uma indagação pertinente. Não podemos retirar historicidade do Recife, votaria contra para não manchar a história do Recife, que serve para refletir sobre erros e acertos”.