Candidatos à PGR criticam tentativa de Raquel Dodge de driblar eleição

Em debate realizado entre candidatos à sucessão da Procuradoria-Geral da República, procuradores criticam ausência da atual chefe do órgão, Raquel Dodge, e tentativa de esvaziamento do processo eleitoral que tradicionalmente forma uma lista tríplice

Foto: Wilson Dias/Agência Brasil
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Em debate nesta terça-feira (4) para a sucessão da Procuradoria-Geral da República, os candidatos presentes criticaram a ausência de Raquel Dodge e a tentativa da atual procuradora de ser reconduzida sem passar por eleição. Desde 2003, o governo federal indica um novo procurador com base na lista tríplice formada pela Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) após eleição realizada entre procuradores. Raquel Dodge já passou por esse processo duas vezes, sendo nomeada por Dilma Rousseff e por Michel Temer. Desta vez, Dodge não se candidatou e parece estar costurando uma nomeação por fora do processo eleitoral. Essa questão esteve presente em debate realizado entre os dez candidatos à sucessão da PGR, em São Paulo. Os procuradores consideram que não só a procuradora-geral, mas também outros membros do Ministério Público tem tentado esvaziar a eleição e receber uma nomeação diretamente de Bolsonaro. Para Roberto Robalinho Cavalcanti, procurador regional, no caso de Dodge a questão é mais grave porque ela teria contas a prestar. "Ela exerceu durante dois anos a Procuradoria-Geral e, em vez de enfrentar um processo dialógico, como nós estamos enfrentando, e dizer à sociedade ‘fiz isso, fiz aquilo, defendo o que fiz’. Prefere se ocultar de todo o processo e depois tentar uma indicação para mais dois anos, indo contrário a tudo o que ela defendeu dois e quatro anos atrás", disse à Folha. A subprocuradora-geral Luiza Frischeisen também criticou Dodge: "Se ela pretende ser reconduzida, ela deveria ter concorrido. Não é porque ela concorreu uma vez que ela não deveria concorrer".

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