"Capitã Cloroquina" mentiu sobre autoria de artigo em seleção para professor universitário

Mayra Pinheiro, que será ouvida nesta quinta-feira (20) na CPI do Genocídio, também deixou o Partido Novo por não concordar com apoio de João Amoêdo ao impeachment de Jair Bolsonaro

Secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro (Foto: Júlio Nascimento/PR)
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Articuladora das ações do governo Jair Bolsonaro (sem partido) para divulgação e implementação do chamado "tratamento precoce" da Covid-19, com o uso da cloroquina, a secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, Mayra Isabel Correia Pinheiro, a "capitã cloroquina", mentiu sobre autoria de uma artigo em uma seleção de professores do curso de medicina da Universidade de Fortaleza (Unifor) em 2008.

Segundo reportagem de Tácio Lorran, no site Metrópoles nesta terça-feira (18), Mayra foi desclassificada na primeira etapa do processo seletivo após a banca detectar “inveracidade de natureza grave”.

Em seu currículo, a atual secretária do Ministério da Saúde disse ser coautora do artigo “A Reanimação do Prematuro Extremo em sala de Parto”, que teria como coautores, segundo ela, Maria Fernanda Branco de Almeida e Ruth Guinsburg, publicado em 2005 no Jornal de Pediatria.

O estudo, no entanto, é apenas dos dois profissionais que foram apresentados como "coautores" por Mayra, que não teve nenhuma participação na produção do artigo. Em sua defesa, ela alegou que houve "erro de digitação".

Partido Novo
Há dois meses, Mayra Pinheiro também pediu desfiliação do Partido Novo, segundo a coluna Painel, da Folha de S.Paulo. Ela será ouvida nesta quinta-feira (20) pela CPI do Genocídio.

Membros do partido no Cerá disseram que a médica deixou a sigla por discordar de posicionamentos sobre pandemia e sobre o presidente Jair Bolsonaro, especialmente o apoio a seu impeachment por parte de lideranças como o fundador João Amoêdo.