Carluxo não entende vídeo em que Paulo Freire diz que “Marx me fez continuar sendo camarada de Cristo”

Vereador e integrante do chamado Gabinete do Ódio compartilhou vídeo de Paulo Freire tentando atacá-lo, mas acabou mostrando os argumentos pelo qual o educador defende que o marxismo é compatível com o pensamento cristão

O educador Paulo Freire - Foto: Reprodução/TV UFMG
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Neste dia em que se celebram os 99 anos do nascimento de Paulo Freire, a homenagem mais inusitada partiu de um proeminente integrante do Gabinete do Ódio: ninguém menos que o vereador Carlos Bolsonaro, um dos filhos do presidente Jair Bolsonaro.

Carluxo (como é conhecido) aproveitou a data para compartilhar o trecho de uma entrevista do educador pernambucano, lembrando também que ele é o patrono da educação brasileira, junto com algumas críticas recicladas, das típicas frases feitas da direita a respeito de Paulo Freire.

No entanto, o curioso é que o vídeo de Bolsonaro não tem nada de negativo sobre Freire. Muito pelo contrário: em apenas dois minutos, o intelectual se reconhece como “camarada de Cristo” (o que já serve para refutar o argumento de que seu método questiona os valores cristãos) e ainda afirma que “quanto mais eu li Marx, tanto mais eu encontrei uma certa fundamentação objetiva para continuar camarada de Cristo”.

https://twitter.com/CarlosBolsonaro/status/1307371705585856515

Em outro momento da entrevista, Freire também diz que “a realidade dura do favelado, a realidade dura do camponês, a negação do seu ser como gente, a tendência àquela adaptação da que a gente falou antes, aquele estado quase inerte diante da negação da liberdade, aquilo tudo me remeteu a Marx (…) foi a realidade deles que me remeteu a Marx”, em um preâmbulo para explicar, posteriormente, sua associação ao pensamento marxista e o que considerava serem os valores do cristianismo. Uma analogia que Carluxo não foi capaz de entender.