A prisão do deputado bolsonarista Daniel Silveira (PSL-RJ), nesta quarta-feira (17), pode trazer grandes problemas à sua colega Bia Kicis (PSL-DF), que vinha trabalhando para ser eleita presidenta da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados).
No passado recente, Kicis costumava concordar com as críticas pesadas ao STF (Supremo Tribunal Federal). Porém, as críticas de Silveira, que incluíram também ofensas pessoais a alguns ministros da corte e até apologia ao AI-5 (Ato Institucional número 5, decretado pela última ditadura militar brasileira em 1968, que suprimia os direitos civis e justificava a perseguição a opositores do regime), e levou o ministro Alexandre de Moraes a decretar a prisão em flagrante do parlamentar.
Nesta quarta, a situação de Silveira se complicou, e ele poderia ser alvo de um processo de cassação do mandato. Por se tratar de uma situação que inclui uma afronta ao máximo órgão do Poder Judiciário no país, a postura do deputado também coloca em cheque a posição de qualquer um que o defenda.
Por isso, apesar de suas posturas no passado, Kicis desta vez não se manifestou a respeito da situação de Silveira. Nem contra, nem a favor.
Segundo a coluna “Painel”, da Folha de São Paulo, a deputada foi aconselhada por aliados a não fazer declarações, pois isso poderia afetar negativamente sua candidatura à CCJ, razão pela qual ela não fez nenhuma publicação em suas redes sociais durante esta quarta – a coluna assegura que Kicis evitou os comentários até mesmo no grupo de whatsapp da bancada do PSL.