Centrão não quer carregar peso de discurso antivacina de Bolsonaro

Para políticos do grupo, o tom negacionista do presidente afeta a sua popularidade e pode respingar em outros candidatos

Ricardo Barros, Valdemar Costa Neto e Jair Bolsonaro (Foto: Reprodução/ Twitter Ricardo Barros)
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Caciques do Centrão, especialmente no PL, estão incomodados com o discurso antivacina do presidente Jair Bolsonaro (PL). Para eles, o tom negacionista do presidente afeta a sua popularidade e pode respingar em outros candidatos.

Nesta segunda-feira (27), ao mesmo tempo em que o ministério da Saúde publicava nota que indicava a “recomendação” para a imunização contra a Covid-19 de crianças, Bolsonaro afirmava que não vacinará sua filha Laura, de 11 anos. O presidente segue afirmando que ele próprio ainda não se vacinou. No começo, dizia que seria o último brasileiro a se vacinar e agora nem isso.

Valdemar Costa Neto

Valdemar Costa Neto afirmou, no início de dezembro, a um líder do PP, que precisava “conversar com calma” com Bolsonaro, porque ele “precisa tomar vacina” contra a Covid-19. Apesar desse desconforto da cúpula da base aliada do governo, pessoas próximas do presidente reconhecem que ele provavelmente manterá o tom negacionista que agrada à parte mais radical do seu eleitorado.

“A gente precisa vacinar o povo. Mesmo com toda essa situação pessoal do presidente, o Brasil é o país que mais vacinou no mundo. as famílias têm a tradição de vacinação”, disse o senador Wellington Fagundes (PL-MT).

Portinho

O líder do PL no Senado, Carlos Portinho (RJ), defendeu que a Câmara aprove o projeto de sua autoria que formaliza o passaporte da vacinação:

“É verdade que o Presidente havia anunciado o veto se esse projeto avançasse. Não tenho o menor desconforto se essa for a nossa única divergência, mas não vou deixar de insistir que esse projeto, agora, mais do que nunca, é vital”, afirmou Portinho no Senado, em fala compartilhada pelo PL em seu site.

Ciro Nogueira

O ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI), da base do centrão, afirmou em entrevista ao Jornal do Piauí:

“Não tem uma vacina do nosso país que não foi comprada pelo presidente Bolsonaro”, afirmando que ele apenas defende a “liberdade” de escolha da população.

Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo na Câmara, afirma que o discurso de Bolsonaro sobre vacinas não vai influenciar as eleições de 2022. Primeiro, segundo ele, “porque todas as vacinas foram pagas pelo governo federal”. E, segundo, por acreditar que “o assunto vacina estará superado na eleição".

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Com informações do Globo