Cheio de contradições, Bolsonaro diz no Jornal Nacional que será escravo da Constituição

Com um discurso repleto de contradições em relação ao que já disse, quando, inclusive, declarou que apoiava a ditadura, o militar afirmou que defende a democracia

Foto: Reprodução/Rede Globo
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Em entrevista ao Jornal Nacional, da Rede Globo, nesta segunda-feira (8), o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) desfilou uma série de controvérsias em relação a declarações anteriores. Aparentemente, esqueceu o discurso contra cotas, Bolsa Família e democracia e tentou transmitir uma imagem de um candidato calmo e amante da democracia. Afirmou que seu vice, General Mourão, foi infeliz ao dizer que a Constituição precisaria ser elaborada por notáveis. Segundo o candidato, que irá disputar o segundo turno com Fernando Haddad (PT), está faltando “tato” para que o seu vice fale sobre política. Deixou de lado seu passado ditatorial e afirmou que acredita na democracia e, por isso, se submeteu ao teste nas urnas. “Jamais eu posso admitir uma nova Constituinte. Acreditamos no voto popular e seremos escravos da nossa Constituição”, disse. A polêmica sobre essa questão começou quando o vice do militar declarou que o documento não precisava ser elaborado por pessoas eleitas pelo povo. O militar falou, ainda, que não defende uma nova Constituição, mas que deseja fazer algumas mudanças pontuais, como a redução da maioridade penal. “Precisamos de um governo com autoridade, não com autoritarismo”, afirmou, novamente esquecendo suas posições totalmente arbitrárias e autoritárias. Além disso, Bolsonaro diz não ter entendido o que seu vice disse quando falou sobre um auto-golpe. Por fim, o militar declarou que irá pacificar e unir o povo brasileiro “sob a bandeira verde e amarela” e que irá juntar todos que foram “divididos no passado pela esquerda”. Difícil esperar que alguém com ideias e opiniões tão violentas possa unir e pacificar o país.