Cientista político diz que mídia negativa e impeachment podem ter inflado Lula e o PT

As afirmações de Almeida são feitas em cima de dados estatísticos do Manchetômetro

Foto: Alex Silva/Divulgação/Brasilis
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O cientista político Carlos Alberto Almeida, autor do best-seller “A cabeça do Brasileiro” entre outros livros, afirma, em artigo ao Poder 360 publicado nesta quinta-feira (16), que a mídia negativa pode ter tido impacto positivo na popularidade do ex-presidente, ao contrário de anos anteriores. Para Almeida, o crescimento do PT e de Lula se deu também devido à saída do Planalto, momento exato onde a curva de aprovação e aderência ao partido toma seu sentido ascendente. As afirmações de Almeida são feitas em cima de dados estatísticos do Manchetômetro: Um dos temas mais debatidos no Brasil tem sido o efeito da mídia na política. Refiro-me não às mídias sociais, mas sim à mídia impressa e televisiva dominante. Uma das informações mais chocantes dos últimos 3 anos, diz respeito à incapacidade da cobertura de mídia negativa acerca de Lula e do PT piorarem a rejeição do líder maior do partido. Os dados abaixo mostram na escala vertical direita a rejeição a Lula (linha vermelha) e Alckmin (linha azul escura): são aqueles que não votariam neles de jeito nenhum. Na escala vertical da esquerda há o total de matérias negativas mensuradas pelo Manchetômetro na Folha de S. Paulo, Estadão, jornal O Globo e Jornal Nacional.   A linha laranja mostra as matérias negativas sobre Lula e o PT e a azul clara sobre Alckmin e o PSDB. As informações sobre as notícias estão sistematizadas por trimestre, ao passo que as pesquisas têm os meses especificados no eixo horizontal. Nota-se que o ponto mais alto do noticiário negativo foi no período do impeachment, entre o primeiro e o segundo trimestre de 2016. Havia uma onda crescente contra o PT e o governo Dilma. Foi ali que a rejeição de Lula atingiu seu máximo, quando 57% do eleitorado afirmou que não votaria nele de jeito nenhum. Naquele momento somente 19% disseram que não votariam em Alckmin, tratava-se de um patamar bastante abaixo do 1/3 do eleitorado que tradicionalmente vota no candidato a presidente do PT.