Ciro Gomes sofre pressão de aliados para desistir de candidatura após ação da PF

O clima hostil entre o presidenciável e deputados ficou ainda mais evidente após ele não comparecer à festa de confraternização de fim de ano da bancada federal do partido

Ciro Gomes. Foto: reprodução/print Youtube
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A temperatura na campanha do presidenciável Ciro Gomes (PDT-CE) subiu ainda mais após a operação de busca e apreensão da Polícia Federal (PF) em sua casa nesta quarta-feira (15). A bancada do PDT na Câmara, apesar de, em sua maioria, correr em sua defesa no plenário, aumentou a pressão contrária à sua candidatura.

O clima hostil entre Ciro e deputados ficou ainda mais evidente após Ciro não comparecer à festa de confraternização de fim de ano da bancada federal do partido, realizada em Brasília na noite desta terça-feira (14), na casa do deputado Mario Heringer (MG).

Ciro não decola nas pesquisas e boa parte da bancada, de acordo com apuração de Ranier Bragon, da Folha, prefere que o PDT não tenha candidato à Presidência e privilegie, na distribuição das verbas de campanha do partido, os candidatos à Câmara dos Deputados.

Ele foi ultrapassado pelo ex-juiz Sérgio Moro na última pesquisa Ipec, com apenas 5% das intenções de votos. Se não chegar a 15% até março poderá ocorrer uma debandada de deputados.

Integrantes da legenda defendem ainda o ingresso na federação das esquerdas. Eles argumentam que a participação do PDT é fundamental para que o peso das siglas menores, unidas, faça frente ao do PT e evite uma hegemonia do partido de Lula na aliança.

Estado policial

Além da operação da PF provocar desgaste na imagem de Ciro, sobretudo nas redes, os deputados ressaltam ainda que a tese, levantada por Ciro, de que o “Estado policial” do presidente Jair Bolsonaro (PL) estaria por trás de tudo, foi descartada por delegados experientes, incluído alguns críticos ao presidente.

De acordo com o Painel, da Folha, a cúpula da PF, teria classificado a ação como lava-jatista, no sentido, dizem eles, de ser midiática e ter escolhido diligências ostensivas antes de outras mais básicas.

Dirigentes da PF lembram ainda que o presidente da República foi intimado nesta semana a depor no inquérito sobre vazamento e, há alguns dias, Josimar Maranhãozinho (PL-MA) sofreu buscas logo após Bolsonaro se filiar à sigla de Valdemar Costa Neto.

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