Ciro na Folha: "A imprensa brasileira nepotista e plutocrata é parte responsável por essa tragédia"

Derrotado no primeiro turno, pedetista diz que acredita que eleição de Bolsonaro é parte de uma "histeria coletiva" e disparou contra o PT e Lula, a quem responsabiliza também pelo resultado das urnas.

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Mostrando-se bastante ressentido com o processo eleitoral, o candidato derrotado à Presidência da República pelo PDT, Ciro Gomes atacou duramente a estratégia do PT e do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva nas eleições e disse que a "imprensa brasileira nepotista e plutocrata é parte responsável também pela tragédia" de eleger Jair Bolsonaro (PSL). "A arrogância do (William) Bonner achando que podia tutelar a nação brasileira, falar pela nação brasileira. A Folha que repercute uma calúnia contra uma cidade inteira que é reconhecida mundialmente como um elemento de referência de educação para me alcançar", lista Ciro, em entrevista ao jornalista Gustavo Uribe, na própria Folha de S.Paulo, que, para Ciro, não estaria "ameaçada" pelos ataques feitos por Bolsonaro. "A Folha tem capacidade de reagir a isso e precisa ter também um pouco de humildade, de respeitar a crítica dos outros". PT e Lula Dizendo-se traído por "Lula e seus asseclas" em razão da neutralidade do PSB nas eleições presidenciais, negociada pelos petistas, Ciro diz que não aceitou concorrer ao posto de vice-presidente na chapa com o ex-presidente petista por considerar uma "fraude". "Esses fanáticos do PT não sabem, mas o Lula, em momento de vacilação, me chamou para cumprir esse papelão que o (Fernando) Haddad cumpriu. E não aceitei. Me considerei insultado", disse. Ciro diz que não ficou neutro no segundo turno das eleições - "quem declara o que eu declarei não está neutro" - e afirma que a viagem para a Europa em um momento crucial da campanha não foi descaso. "Descaso não, rapaz, é de impotência. De absoluta impotência". Sobre a vitória de Bolsonaro, Ciro diz que acredita que isso é parte de uma "histeria coletiva" e disparou contra o PT e Lula, a quem responsabiliza também pelo resultado da eleição. "O que aconteceu foi uma reação impensada, espécie de histeria coletiva a um conjunto muito grave de fatores que dão razão a uma fração importante dessa maioria que votou no Bolsonaro. O lulopetismo virou um caudilhismo corrupto e corruptor que criou uma força antagônica que é a maior força política no Brasil hoje. E o Bolsonaro estava no lugar certo, na hora certa". Leia a entrevista na íntegra.