O ex-ministro Ciro Gomes, pré-candidato do PDT à presidência, afirmou em entrevista ao jornalista Tales Faria, do portal UOL, nesta quarta-feira (15), que "nunca" chamou o ex-presidente Lula (PT) de "ladrão". Horas antes, no entanto, o pedetista havia feito justamente o contrário.
Mais cedo, em entrevista a José Luiz Datena, da rádio Bandeirantes, quando comentava sobre a operação da Polícia Federal (PF) que foi alvo junto com seu irmão Cid Gomes, Ciro comparou Bolsonaro a Lula e afirmou que ambos são "ladrões".
“Vão me insultar, vão me agredir, mas a intenção é exatamente essa, me abater pra que eu seja moderado, pra que eu não continue atacando aqueles ladrões assaltantes da vida pública brasileira, como é o Bolsonaro e como foi o Lula. Continuarei dizendo concretamente quem é ladrão e eu não sou", havia afirmado.
Quase que simultaneamente, no entanto, Lula prestou solidariedade a Ciro. “Quero prestar minha solidariedade ao senador Cid Gomes e ao pré-candidato a presidente Ciro Gomes, que tiveram suas casas invadidas sem necessidade, sem serem intimados para depor e sem levar em conta a trajetória de vida idônea dos dois. Eles merecem ser respeitados”, disse o petista.
Ciro, então, agradeceu a solidariedade de Lula, inclusive o chamando de "presidente". O jornalista Tales Faria, por sua vez, reproduziu para Ciro a declaração do ex-presidente e confrontou o pré-candidato do PDT com sua própria fala chamando Lula de "ladrão". O ex-ministro, então, negou que tenha feito o que fez.
“A violência que aconteceu contra mim é para me calar, e eu apenas disse que vou continuar dizendo o que penso. Eu não acho que o Lula seja um ladrão, eu nunca disse isso", disparou.
Tales Faria insistiu e Ciro confirmou que proferiu exatamente esta frase, mas seguiu negando que tenha chamado Lula de ladrão. "Tales, quando eu quero chamar alguém de ladrão, eu chamo de ladrão. Eu acabei de dizer o que penso. O resto é provocação que não guarda coerência com o meu momento espiritual. Respeite isso!”, declarou, irritado.
Assista.
Operação da PF
Foi deflagrada nesta quarta-feira (15), operação da Polícia Federal (PF) de busca e apreensão contra, entre outros, o presidenciável do PDT, Ciro Gomes, e o irmão dele, o ex-governador do Ceará e senador Cid Gomes. A operação tem como objetivo desmontar um esquema de fraudes, exigências e pagamentos de propinas a agentes políticos e servidores públicos decorrentes de procedimento de licitação para obras no estádio Castelão, em Fortaleza (CE), entre os anos de 2010 e 2013.
São cumpridos 14 mandados de busca e apreensão expedidos pela 32ª Vara da Justiça Federal, envolvendo oitenta policias, em domicílios investigados nas cidades de Fortaleza (CE), Meruoca (CE), Juazeiro do Norte (CE), São Paulo (SP), Belo Horizonte (MG) e São Luís (MA). As buscas têm como objetivo apreender mídias digitais, aparelhos celulares e documentos.