Ciro sobre cancelar fusão da Embraer com a Boeing: "O Brasil está sob golpe e isto fere a legitimidade desta iniciativa"

Sobre o empurrão que deu em um jornalista em Roraima Ciro disse que não tem “sangue de barata”: “Eu falo palavrões. Em legítima defesa eu falo palavrões"

Ciro e Renata Lo Prete no Jornal da Globo. Foto: Reprodução Jornal da Globo
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Ciro Gomes, candidato do PDT à sucessão presidencial, disse em entrevista ao Jornal da Globo, na noite desta segunda-feira (17), que pretende, caso eleito, cancelar a fusão da Embraer com a Boeing, além de anular os leilões de poços de petróleo e a reforma trabalhista por serem medidas tomadas em um estado de exceção. "Para mim, o Brasil está sob um golpe de estado, e isso já fere de morte a legimitidade essas iniciativas". Ao ser contestado pela apresentadora, Renata Lo Prete, sobre a suposta "legalidade" do processo que destituiu Dilma Rousseff (PT) do poder, Ciro lembrou a instalação da ditadura militar no Brasil e fez críticas ao Judiciário. "O impeachment da Dilma seguiu todo protocolo legal, igual em 1964. Em 1964 também existiu todo itinerário protocolar e o Supremo - como já dizia Rui Barbosa, o poder que mais tem faltado à República - também coonestou aquele golpe", disse o pedetista. Ciro afirmou ainda que alertou o general Eduardo Villas Bôas, comandante do Exército Brasileiro, sobre a tentativa de um novo golpe que está sendo tramado pelo candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro (PSL). "Eu anunciei para ele claramente que esse General Mourão está escalonando o golpe no Brasil e que eu iria enfrentá-lo. E o General Mourão considera o General Villas Boas um amigo irmão". O candidato do PDT reafirmou que caso eleito, vai proibir "comandante militar de dar opinião sobre política". "Está escrito na Constituição Brasileira, em todos os regulamentos que chefes militares não podem opinar na política. E Deus está me ajudando. No dia seguinte, o presidente do Uruguai mandou prender o comandante do Exército, que deu uma opinião sobre um assunto e que inclusive era pertinente ao Exército, mas era política. No caso, é próprio um comandante militar num país que tem a tradição lamentável que nós temos? É próprio? Vamos raciocinar juntos... É próprio que um comandante militar fique tutelando o processo político, coagindo as pessoas a votar por medo? Medo de que? Eu não tenho medo deles não". Sobre o revide à provocação sofrida em campanha em Roraima pelo jornalista Luiz Nicolas Maciel Petri, que trabalha em campanhas do MD e do DEM no estado, Ciro afirmou que não tem sangue de barata e que fala palavrões. "Eu não tenho descontrole nenhum. Nunca respondi por um escândalo, um mal feito. Aí inventam essa questão. Eu não tenho sangue de barata e nem quero ter. Eu empurrei ele e disse vai para a casa do Romero Jucá e falei um palavrão. Eu falo palavrões. Em legítima defesa eu falo palavrões". Na ocasião, ao ser abordado pelo jornalista, Ciro deu um empurrão e disse: "Vai pra casa do Romero Jucá, seu filho da p..., pode tirar esse daqui, esse aqui é do Romero Jucá, tira ele, prende ele aí".