Com crime, Temer deve deixar a Presidência

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"Mesmo sem aceitar renunciar, sua saída é inevitável". Leia mais no artigo de Luiz Henrique Dias Por Luiz Henrique Dias* O ilegítimo Michel Temer, linha de frente do golpe orquestrado pela aliança PMDB/PSDB e seus aliados no Congresso, nas elites, no judiciário e na mídia, teve sua farsa derrubada definitivamente nesta quarta-feira. A gravação feita pelos donos da JBS, em que o próprio Temer pede a empresa o pagamento de uma "mesada" a Eduardo Cunha, maior operador do impeachment e preso desde que foi cassado, em troca de seu silêncio, constitui não apenas um ato explícito de corrupção, mas também de obstrução de justiça durante o exercício do mandato de presidente, crime portanto. A Constituição é clara e Temer, em caso de crime no exercício do mandato, o governante deve imediatamente ser retirado da Presidência da República e novas eleições devem ser chamadas ainda em 2017. Da mesma forma, as propostas de seu governo, em especial as reformas trabalhista e da Previdência, que tramitam no Congresso, devem ser rejeitadas e arquivadas, cabendo a um novo governo, eleito pelo voto popular, discutir com a sociedade mudanças tão importantes para o país. O povo tem o direito de ir às urnas e escolher pelo voto direto o programa de governo que guiará o Brasil nos próximos anos, buscando sim a estabilidade, a justiça social e o desenvolvimento, mas forma democrática e participativa, não de forma unilateral como vinha fazendo até agora Temer e seus aliados. A farsa de Temer foi definitivamente derrubada, assim como seus principais atores, em especial o candidato derrotado nas eleições de 2014, e agora aliado de Temer, Aécio Neves, já afastado do Senado e às vésperas de ir para a prisão, e e seu partido, do qual fazem parte também o Governador Geraldo Alckmin e o Prefeito João Dória. Devemos agora tomar as ruas e exigir novas eleições. É nosso dever como cidadãos e cidadãs e nosso direito como povo brasileiro. *Luiz Henrique Dias é escritor, analista político e coordenador do Projeto A São Paulo que Queremos Foto: Lula Marques