Com desgaste de Bolsonaro, rede bolsonarista alavanca tag #SomosTodosMichelle

A ação orquestrada por perfis bolsonaristas e robôs do Twitter acontece após vir à tona a notícia de que a avó, o tio e até mesmo a mãe de Michelle Bolsonaro têm problemas com a Justiça

Reprodução/Twitter
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Como de costume, a rede bolsonarista no Twitter e no WhatsApp, composta por apoiadores do presidente e também por perfis fake controlados por robôs, sempre encampa ações orquestradas quando o governo sofre algum tipo de revés ou quando a imagem do presidente é desgastada. Neste domingo (18) não foi diferente. Depois de uma semana de intenso desgaste de Bolsonaro, tanto no âmbito nacional quanto internacional, por conta de sua política ambiental e suas declarações escatológicas, as milícias virtuais alavancaram a hashtag #SomosTodosMichelle em defesa da primeira-dama Michelle Bolsonaro, que entrou em evidência também esta semana por conta dos problemas que sua família têm com a Justiça. De acordo com reportagem da Veja, além da avó que foi presa por tráfico e da mãe que foi indiciada por falsidade ideológica, o tio "preferido" de Michelle , sargento aposentado da Polícia Militar de Brasília, foi preso em maio deste ano acusado de integrar uma milícia na favela onde mora com a avó da primeira-dama. Ele foi um dos poucos familiares que compareceram à posse de Bolsonaro. A tag chegou ao topo dos assuntos mais comentados do Twitter com postagens que vão desde elogios à primeira-dama até ataques a Lula ou ao PT. Para os bolsonaristas, a imprensa, por supostamente não ter encontrado ilegalidades envolvendo Bolsonaro, resolveu vasculhar a vida da família de Michelle. Vale lembrar que a primeira-dama recebeu em sua conta corrente um depósito de R$24 mil do ex-assessor de Flávio Bolsonaro, o motorista Fabrício Queiroz, investigado por movimentações financeiras atípicas no período em que trabalhou no gabinete do filho do presidente. Queiroz segue desaparecido e a verdade sobre o depósito à Michelle ainda é nebulosa. Em tempo, a ação virtual da milícia bolsonarista, que é a mesma que encampa a defesa enfática da operação Lava Jato nas redes sosciais, acontece no mesmo dia em que o The Intercept Brasil e a Folha de S. Paulo revelaram que Dallagnol e o núcleo da Lava Jato obtiveram, de maneira ilegal - sem autorização judicial - dados fiscais, junto a um auditor da Receita Federal, de pessoas próximas àqueles que queriam investigar, sem indícios de ilegalidades.  

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