Com Moro sob ameaça, Lava Jato parte para cima de parlamentares do Centrão que se aliam a Bolsonaro

Força-tarefa ordenou o bloqueio de parte dos salários de parlamentares do MDB e PP. Um deles, Arthur Lira, é candidato de Bolsonaro para substituir Rodrigo Maia (DEM) na presidência da Câmara

Moro e Bolsonaro - Foto: Marcos Corrêa/PRCréditos: Marcos Corrêa/PR
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Poucas horas depois das primeiras notícias de que o ministro da Justiça, Sergio Moro, teria pedido demissão do governo Bolsonaro após ter sido contrariado em troca de comando na Polícia Federal, procuradores da força-tarefa da Lava Jato de Curitiba ordenaram o bloqueio de 10% dos salários de parlamentares do Centrão que se aliaram ao presidente Jair Bolsonaro nos últimos dias.

Foram atingidos pela medida o senador Fernando Bezerra (MDB-PE) e os deputados federais Luiz Fernando Faria (PP-MG), Arthur Lira (PP-AL) e Eduardo da Fonte (PP-PE). De acordo com a força-tarefa, decisão serve de garantia ao cumprimento de penas requeridas em ações de improbidade na Lava Jato.

A aproximação de Bolsonaro a parlamentares do Centrão revela uma tentativa do presidente em criar uma base de apoio em meio a uma forte crise política. O ex-capitão também tenta, com a atitude, influenciar a sucessão da Câmara após a saída de Rodrigo Maia (DEM) da presidência.

Esta semana, Bolsonaro gravou um vídeo amistoso ao lado de Lira, tecendo elogios ao deputado e sua família. Lira, que é líder do PP na Câmara, seria o principal candidato do presidente para substituir Maia. O deputado é réu na Lava Jato por corrupção passiva e pertence ao mesmo partido que o doleiro Alberto Youssef, principal operador de propina paga por empreiteiras em obras superfaturadas da Petrobras.