Comissão especial vota pelo arquivamento da PEC do voto impresso

"O voto impresso pode consistir em um instrumento para iludir o eleitor", apontou o relatório do deputado Raul Henry (MDB)

Bia Kicis | Foto: Najara Araújo/Câmara dos Deputados
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Um dia após rejeitar o relatório do deputado bolsonarista Filipe Barros (PSL-PR), a comissão especial que aprecia a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do voto impresso (PEC 135) aprovou o parecer do deputado Raul Henry (MDB-PE), que pede o arquivamento do projeto.

"Manifestamo-nos pela rejeição da PEC nº 135 de 2019 e por consequência o seu arquivamento", disse Henry em seu relatório. O texto foi aprovado por 22 votos a 11.

PT, PL, PSD, MDB, PSDB, PSB, DEM, PDT, Solidariedade, PSOL, PCdoB, PV, Rede orientaram em favor do arquivamento. Apenas PSL, PTB e Novo foram contrários. Veja aqui como votou cada parlamentar.

"A proposta apresentada não entrega o que promete aos eleitores brasileiros, não agregando nenhum avanço consistente no sistema de votação brasileiro que não seja, ao mesmo tempo, acompanhada de uma desvantagem ainda maior", diz trecho do relatório.

Segundo Henry, o voto impresso "pode consistir em um instrumento para iludir o eleitor", na medida em que o parecer de Barros previa uma apuração manual de 150 milhões de votos.

"O exercício da lógica e a própria análise da história brasileira apontam, no entanto, as potenciais chances de erro, fraude e fenômenos análogos encontram-se na apuração (ou mesmo auditoria manual desses votos), com todas as
desvantagens associadas ao papel", sustentou Henry.

A PEC é de autoria da deputada bolsonarista Bia Kicis (PSL-DF).

Voto impresso no plenário

Apesar de a comissão orientar o arquivamento, a PEC do voto impresso seguirá para o plenário da Câmara, onde Henry deve ler o mesmo parecer. Esse desvio de percurso foi determinado pelo presidente da casa legislativa, Arthur Lira (PP-AL), nesta sexta-feira. "Pela tranquilidade das próximas eleições e para que possamos trabalhar em paz, vamos levar a questão do voto impresso pelo plenário", disse.

Confira aqui o parecer do deputado Raul Henry na íntegra