Companheira e irmã de Marielle Franco cobram respostas das autoridades

Mônica Benício e Anielle Silva participaram da sessão solene na Câmara dos Deputados, no Dia Internacional do Direito à Verdade

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[caption id="attachment_129201" align="alignnone" width="1000"] Mônica e Anielle pediram justiça e ressaltaram a importância do trabalho de Marielle Franco - Foto: Divulgação[/caption] Mônica Benício e Anielle Silva, respectivamente companheira e irmã da socióloga e vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ), assassinada no dia 14, no Rio de Janeiro, marcaram presença na sessão solene, realizada na Câmara dos Deputados, em Brasília, que lembrou o Dia Internacional do Direito à Verdade, nesta quinta-feira (22). A data é comemorada oficialmente no dia 24. A sessão solene foi promovida por parlamentares do PSOL, partido ao qual Marielle era filiada. As informações são de Fernanda Calgaro, do G1. Em seu discurso da tribuna da Câmara, Mônica cobrou das autoridades brasileiras uma resposta sobre o assassinato da vereadora. “As autoridades brasileiras competentes não devem só a mim a satisfação do que aconteceu com a minha mulher, porque isso não vai trazê-la de volta, mas devem ao mundo o respeito e a satisfação do que aconteceu nesse crime bárbaro”, afirmou.

Mônica afirmou, ainda, que a voz de Marielle não será calada. “Nós ainda assim seguiremos a luta dela juntos porque as nossas famílias existem e a luta não terminou com a morte dela, com a ausência física dela”, afirmou. Emocionada, ela acrescentou que a vereadora virou um “símbolo de esperança”. “A Marielle se transformou numa coisa muito maior. Ela se transformou num símbolo de esperança e é por isso que a gente vai lutar e seguir lutando, porque Marielle é resistência, Marielle é força, Marielle é potência, e o mundo agora está vendo isso”, declarou.

Anielle discursou em seguida e destacou que ninguém esperava a repercussão que a morte da vereadora teve, nem que cometeu o crime. “A gente espera e urge por justiça. Eu acredito que ninguém, ninguém mesmo, esperava essa repercussão toda, nem quem fez esperava”, afirmou.

Ela relatou a dor sofrida pelo impacto da morte e afirmou que as manifestações de carinho são o que têm confortado a família. “A gente tem recebido muitas manifestações de carinho e é isso o que está acalentando um pouco a minha mãe”, disse.

Após a sessão solene, Anielle deu um pronunciamento à imprensa em que cobrou também uma resposta para o caso. “Que as autoridades competentes consigam descobrir o por quê disso. Por que calarem ela? Por quê? Quantos mais precisaram morrer para que essa guerra toda acabe?", disse.

Autora do pedido para realização da sessão solene, a deputada Luiz Erundina (PSOL-SP), fez homenagem à vereadora: “Marielle Franco deu sua vida pelos direitos humanos, pela liberdade democrática e igualdade dos seres humanos no país. Marielle vive”, discursou a parlamentar paulista. Erundina afirmou que o objetivo da sessão é “denunciar a não revelação da verdade” de pessoas assassinadas por motivos políticos. “E exigir que se apure e se providencie na Justiça a punição aos culpados”. Segundo ela, são pelo menos 434 mil “desaparecidos políticos” no Brasil revelados pela Comissão Nacional da Verdade.