Conselho do MP blinda Dallagnol e arquiva apuração sobre diálogos comprometedores com Moro

Corregedor do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) arquivou apuração de "falta funcional" de Dallagnol e de outros procuradores da Vaza Jato antes mesmo de determinar abertura de processo disciplinar

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Orlando Rochadel, corregedor do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), determinou nesta quinta-feira (27) o arquivamento da apuração se houve "falta funcional" do procurador da República Deltan Dallagnol e de outros integrantes da força-tarefa da Operação Lava Jato, em conversas, principalmente com o ministro da Justiça, Sérgio Moro, divulgadas pelo The Intercept Brasil. Com a decisão, nenhum processo disciplinar foi aberto. "Por todo o exposto e em face da inexistência de elementos de prova (mensagens que, se existentes, foram obtidas de forma ilícita) ou mesmo pela inexistência de ilícito funcional nas mensagens, se fossem consideradas, impõe-se o arquivamento da presente Reclamação Disciplinar, com fundamento no artigo 77, I, do RICNMP22, sem prejuízo de eventual desarquivamento diante de novas informações", disse Rochadel na decisão que arquivou a investigação. Inscreva-se no nosso Canal do YouTube, ative o sininho e passe a assistir ao nosso conteúdo exclusivo. As conclusões do corregedor vieram após somente um procedimento preliminar, sem a abertura de um processo disciplinar formal. A argumentação usada no texto é a mesma dos procuradores da Lava Jato e do ex-juiz federal Sérgio Moro de que a obtenção foi ilícita, as mensagens foram adulteradas e mesmo se forem verídicas não há nada demais nas conversas. No dia 10, um dia após as primeiras reportagens da Vaza Jato, Rochadel havia aberto investigação a pedido de conselheiros do CNMP. Naquela altura, os procuradores da Lava Jato não questionavam a veracidade das mensagens, narrativa que foi sendo construída ao longo do tempo.