Contra o ´prazer de dirigir` de Bolsonaro, área técnica do governo defende ampliação de radares

A juíza Diana Wanderley advertiu que agentes públicos podem ser responsabilizados nas esferas cível, administrativa e criminal caso as mortes nas rodovias aumentem

Foto: Polícia Federal Rodoviária de Santa Catarina
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Um estudo preliminar do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) contrariou a tese do resgate do `prazer de dirigir` defendida pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL) no último domingo (5), durante entrevista no programa de Sílvio Santos, e levou à Justiça um estudo preliminar, feito em abril, que aponta a necessidade de ampliar os trechos monitorados. De acordo com o estudo da área técnica do governo, ligada ao Ministério da Infraestrutura, 8.031 faixas precisam de monitoramento (radar comum ou lombada eletrônica) nas rodovias federais de todo o país, o que demanda cerca de 4.000 equipamentos —cada radar cobre, na maioria dos casos, duas faixas. Os dados do Dnit foram entregues no último dia 30 à juíza Diana Wanderley, da 5ª Vara Federal em Brasília, durante audiência pública no âmbito de uma ação popular que questiona o anunciado fim dos radares. Hoje, há em operação somente 265 aparelhos que monitoram 560 faixas no Brasil inteiro, considerando apenas as rodovias federais que não estão concedidas à iniciativa privada. O Dnit já liberou a instalação de mais 516 radares, que vão cobrir outras 1.038 faixas. Para atingir o total necessário ainda será preciso cobrir mais cerca de 6.400 faixas. É sobre esse “resíduo” que a Justiça pretende chegar a um acordo para garantir a continuidade e a eficiência do monitoramento, ameaçado pelo discurso de Bolsonaro. Diana Wanderley apontou na audiência que, além de radares, o governo deve “prever mais informações pedagógicas aos condutores” e advertiu que agentes públicos podem ser responsabilizados nas esferas cível, administrativa e criminal caso as mortes nas rodovias aumentem. Para a juíza, é estarrecedor que existam só 265 radares em operação em todas as rodovias federais do país. “[O problema] Não vem de agora, é uma questão estrutural”. Em 10 de abril, a juíza suspendeu, em decisão liminar (provisória), a retirada de radares até que o governo apresente estudos técnicos que embasem uma mudança na política de segurança das estradas. Com informações da Folha