Coordenador da campanha de Bolsonaro, deputado quer acabar com Ouvidoria da polícia em SP: Grupelho de esquerdistas

Abuso praticado por superiores é a maior queixa registrada por PMs na ouvidoria. As denúncias vão de escolta forçada dos chefes em missas a pagamentos do próprio bolso no reparo de viaturas

Frederico D'Ávilla com Bolsonaro e Eduardo Bolsonaro durante a campanha (Reprodução)
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Eleito deputado estadual pelo PSL/SP, o coordenador da campanha de Jair Bolsonaro junto aos ruralistas, Frederico D’Ávila, da Sociedade Rural Brasileira, apresentou um projeto de lei complementar para extinguir a Ouvidoria de Polícia Civil e Militar do estado de São Paulo. Segundo reportagem do jornal Agora São Paulo desta segunda-feira (29), o deputado diz que o órgão “é um grupelho aparelhado de partidos de esquerda”. O ouvidor Mariano chama o projeto de retrocesso. “Cabe à ouvidoria, a partir de um olhar mais amplo da segurança pública e das demandas de população, fazer recomendações e propostas, além de receber denúncias de policiais.” Durante a eleição, Frederico provocou a então candidata a vice na chapa de Fernando Haddad, Manuela D'Ávilla ao atuar como "entrevistador convidado" no programa Roda Viva, da TV Cultura. Na ocasião, o ruralista disse que o "fascismo é de esquerda". Manuela não deixou barato: "Tu entendes de regimes antidemocráticos sendo coordenador do Bolsonaro". Abusos de superiores Segundo o Agora São Paulo, o abuso praticado por superiores é a maior queixa registrada por PMs na ouvidoria de São Paulo. As denúncias vão de escolta forçada dos chefes em missas a pagamentos do próprio bolso no reparo de viaturas. Entre 2015 e março deste ano, policiais militares encaminharam à Ouvidoria das Polícias 1.241 denúncias sobre abusos sofridos, dentro da corporação. Isso representa quase 97% do total de 1.283 acusações feitas por policiais, incluindo Civis (42) ao órgão durante o período. As principais denúncias, mais entre 2015 e março deste ano, foram de abusos na escala de trabalho (44%), constrangimentos e humilhações (15%), além de abusos, perseguições e ameaças de transferência (11%). Leia reportagem do Agora na íntegra