Senadores da CPI da Covid independentes e de oposição ao governo Jair Bolsonaro querem cancelar os depoimentos da semana que vem. O motivo? A segurança dos parlamentares após a movimentação bolsonarista nos protestos marcados para o dia 7 de setembro, terça-feira próxima, e que deve elevar o tom das ações dos grupos favoráveis ao presidente.
Os senadores acreditam que a movimentação dos militantes aos aeroportos e estradas que levam à Brasília durante o próximo fim de semana até o dia 7, representa perigo real de agressões verbais e até mesmo físicas por parte dos militantes mais exaltados, caso encontrem os senadores com posição contrária aos interesses de Bolsonaro na CPI da Covid.
Dos membros da CPI da Covid com risco real de serem agredidos pelos bolsonaristas, estão os senadores Otto Alencar (PSD-BA), Humberto Costa (PT-PE), Rogério Carvalho (PT-BA), Alessandro Vieira (Cidadania-SE), além do presidente Omar Aziz (PSD-AM), do vice-presidente Randolfe Rodrigues e do relator Renan Calheiros (MDB-AL), entre outros.
A ideia é realizar trabalhos do regimento interno durante este período.
Motoboy da VTClog que movimentou R$ 5 milhões poderá faltar à CPI da Covid
Além de não realizar depoimentos na semana que vem, a CPI da Covid poderá ver também outro depoimento naufragar nesta terça-feira, 31: o do motoboy Ivanildo Gonçalves Dias, responsável pelo saque e depósito de R$ 4.743,693 de um total de R$ 117 milhões em movimentações atípicas da VTCLog, que não precisará comparecer à CPI da Covid conforme determinação do ministro do STF, Nunes Marques, cuja decisão liminar permite que ele falte ao depoimento marcado para acontecer nesta terça-feira, 31.
Caso decida ir mesmo assim, a decisão também permite que Ivanildo fique em silêncio, sem responder nenhuma pergunta e sem o compromisso de dizer a verdade, não podendo ser preso por isso.
Em sua conta no Twitter, Randolfe reagiu com indignação à decisão do STF e prometeu entrar com recurso: "Pelo visto, a VTClog é realmente MUITO poderosa. Que segredos o motoboy esconde? Respeitamos a decisão do ministro Nunes Marques, mas iremos recorrer da decisão!"