CPI: Empresário ligado à Covaxin cancela depoimento na véspera e irrita senadores

"Ele começou muito mal", protestou Randolfe Rodrigues (Rede), vice-presidente da comissão

Foto: Reprodução/Instagram Bharat Biotech
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Francisco Maximiano, empresário da Precisa Medicamentos, informou à CPI do Genocídio nesta terça-feira (22) que não poderá comparecer ao depoimento previsto para quarta-feira (23) em razão de uma quarentena determinada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A Precisa é a representante nacional do laboratório Bharat BioTech, desenvolvedor da vacina Covaxin, comprada por Jair Bolsonaro por um valor 1.000% mais caro.

O anúncio da ausência do empresário foi comunicado ao presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), durante sessão que colhe depoimento do deputado federal Osmar Terra (MDB-RS). Aziz informou que a defesa do empresário alegou que ele precisa ficar 15 dias em quarentena em razão de viagem recente que fez à Índia.

O depoimento do empresário será remarcado para quinta-feira ou sexta-feira da próxima semana.

Senadores protestaram contra a anúncio de véspera. O vice-presidente da comissão, Randolfe Rodrigues (Rede-AP) classificou a situação como um desrespeito. Os parlamentares afirmaram que, se fossem avisados com antecedência, poderiam adiantar outro depoimento.

"Quero registrar o grau de desrespeito do senhor Maximiliano com esta comissão parlamentar de inquérito. Bastava essa comunicação ter chegado ontem que uma substituição poderia ser operacionalizada. Ele começou muito mal", declarou. Randolfe ainda fez um cobrança ao Ministério da Saúde: "Reitero ao MS o requerimento das informações sobre esta empresa".

Informações divulgadas nesta terça-feira (22) por Julia Affonso, no jornal O Estado de S.Paulo, aumentam as suspeitas de corrupção do governo federal na compra da Covaxin. Segundo a reportagem, Bolsonaro deu aval para a compra da Covaxin por um preço 1.000% maior do que, seis meses antes, havia sido anunciado pela própria fabricante.

Na semana passada, a CPI autorizou a quebra dos sigilos telefônico, telemático, fiscal e bancário de Maximiano.