CPI investiga empresário “número 02 informal” de Pazuello no ministério

Airton Soligo, conhecido como Airton Cascavel, era braço direito informal do general Pazuello e teria discutido ações de combate à pandemia, além de participar de reuniões com prefeitos e secretários estaduais de saúde

Pazuello e o empresário Airton Cascavel - Foto: Reprodução/Facebook
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Novos documentos encaminhados pela Procuradoria da República no Distrito Federal à CPI do Genocídio mostram que o empresário Airton Soligo, conhecido como Airton Cascavel, era uma espécie de assessor informal do ex-ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello.

A proximidade era tanta que ele chegou a discutir ações de combate à pandemia da Covid-19, além de participar de reuniões com autoridades.

De acordo com reportagem do G1, depois que Pazuello assumiu, de forma interina, a pasta da Saúde, em maio de 2020, Cascavel passou a frequentar reuniões para tratar da aquisição de respiradores e participou de discussões com prefeitos e secretários estaduais de saúde.

Ele teria trabalhado com o então ministro entre maio e junho, quando o vínculo informal se tornou público. Contudo, em junho, ele foi nomeado assessor especial, sendo exonerado somente em 21 de março de 2021.

No mesmo mês, Cascavel afirmou que 14 milhões de doses da vacina da Pfizer deveriam chegar ao Brasil entre maio e junho. 

Conforme a Procuradoria da República no Distrito Federal, prints apresentam fotos e referências a Airton Cascavel como o “número 02 do ministério da saúde”.

O fato reforça a suspeita de usurpação de função pública, crime previsto no artigo 328 do Código Penal. A procuradoria solicitou que a Polícia Federal (PF) abra inquérito para apurar o caso. Atualmente, o empresário é secretário de Saúde de Roraima.

Primeiro pedido

Em junho de 2020, a deputada federal e presidenta do PT, Gleisi Hoffmann (PR), já havia pedido que o empresário fosse investigado em função da suspeita de usurpação de função pública já na época em que ele não possuía vínculo formal com o ministério. 

O caso foi encaminhado à Procuradoria da República no Distrito Federal e a investigação foi aberta em 29 de dezembro de 2020. O pedido, porém, não inclui Pazuello, que é investigado em um outro inquérito por improbidade administrativa.