CPI ouve Alexandre Costa Silva Marques, autor de “estudo paralelo” do TCU sobre mortes por Covid

Auditor fez “estudo paralelo” sobre supernotificação das mortes na pandemia do coronavírus usado por Jair Bolsonaro

Alexandre Costa Silva Marques (Foto: Reprodução YouTube)
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O auditor Alexandre Figueiredo Costa Silva Marques, do Tribunal de Contas da União (TCU), é o depoente desta terça-feira, 17, da CPI da Covid, para prestar esclarecimentos sobre o “estudo paralelo” produzido fora dos trâmites oficiais sobre as mortes por coronavírus no Brasil.

O estudo chegou a ser utilizado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em conversa com seus apoiadores em junho como prova de uma suposta “supernotificação” das mortes causadas pelo vírus, alegando que metade dos óbitos ocorreram por diferentes causas.

Marques iria depor no dia 17 de junho, mas foi adiado. A expectativa na CPI da Covid é de que ele esclareça quem foi o responsável pelo pedido do relatório paralelo e com qual objetivo.

O auditor conseguiu um habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF) para ficar parcialmente em silêncio nas questões que possam incriminá-lo, mas terá que responder as demais perguntas.

Em sua decisão, o ministro do STF Gilmar Mendes, que concedeu o HC, afirma que Marques poderá não responder a perguntas que "possam, por qualquer forma, incriminá-lo", mas lembra que, se Marques decidir responder aos questionamentos, não poderá "faltar com a verdade”.

Alexandre Marques é filho de militar da reserva e alega que o documento foi “editado”

Como se tornou praxe no governo de Bolsonaro, Alexandre Marques tem vínculo com os militares, sendo filho do coronel da reserva Ricardo Silva Marques, colega de turma de Bolsonaro na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman) e que foi indicado a uma diretoria na Petrobras.

Foi ao seu pai que Marques, por meio de mensagem por WhatsApp, enviou o relatório, sendo este o responsável pelo repasse do arquivo ao presidente da República.

Em depoimento prévio concedido à Corregedoria do TCU em 28 de julho, o auditor afirmou que o relatório paralelo teria sido “editado” quando chegou ao presidente. Segundo ele, o documento usado por Bolsonaro e elaborado por ele tratava-se de um arquivo em Word, sem identidade visual, logomarcas, datas ou assinatura do tribunal.