CPI quebra sigilo de associação de médicos pró-cloroquina; "suspeita de financiamento de laboratórios", diz senador

Em entrevista ao Jornal da Fórum, Rogério Carvalho (PT) lembrou que a associação conseguiu emplacar seu manifesto em anúncios publicitários de grandes jornais

Senador Rogério Carvalho (PT) na CPI do Genocídio | Pedro França/Agência Senado
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A Associação Dignidade Médica de Pernambuco, nome jurídico da Movimento Médicos Pela Vida, foi um dos alvos das quebras de sigilo determinadas pela CPI do Genocídio nesta quinta-feira (10). O grupo se mobilizou pela defesa do suposto "tratamento precoce" - terapia com drogas como hidroxicloroquina e invermectina eficácia comprovada.

“A Associação Dignidade Médica de Pernambuco é a face formal do Movimento Médicos pela Vida, que vem assumindo como sua uma campanha em favor de tratamentos inúteis e dispendiosos (dos recursos, do tempo e das estruturas administrativas do estado nacional), e colocou em questão as medidas universalmente adotadas pelos estados e governos que respeitam a ciência, e cabe-nos esclarecer quais as fontes materiais dessas campanhas que operam objetivamente contra a saúde pública”, diz o requerimento do senador Humberto Costa (PT-PE) aprovado nesta quinta. Foram quebrados os sigilos bancário e fiscal.

Em entrevista à jornalista Cynara Menezes, no Jornal da Fórum, o senador Rogério Carvalho (PT-SE) afirmou que há uma "suspeita forte de que eles receberam patrocínio, financiamento, dos laboratórios e empresas ligadas a laboratórios que produziam medicamentos".

"Precisamos saber quem financiava essa entidade que, com poucos dias de funcionamento, já teve recursos para a compra de páginas em jornais de grande circulação", afirmou.

Em 23 de fevereiro, vários jornais da chamada grande imprensa, como O Globo e a Folha de S.Paulo, publicaram, o manifesto do grupo em um anúncio de meia página.

O texto do anúncio fez um apelo “à sociedade brasileira, aos colegas médicos, aos órgãos de imprensa, aos Conselhos Regionais de Medicina e ao Conselho Federal de Medicina”, pela aplicação do que eles chamam da “correta combinação de medicamentos como a hidroxicloroquina, a invermecticina, a bromaxina”, entre outros medicamentos sem eficácia comprovada contra a Covid-19.

Confira a entrevista do senador Rogério Carvalho; o trecho sobre as quebras de sigilo começa às 1h03:

https://www.youtube.com/watch?v=V2QV3mLn9s8

Com informações do Senado Notícias e do Blog do Jamildo