CPI quebra sigilo de bolsonaristas disseminadores de fake news

"Estamos atrás de quem financia esse tipo de coisa pra gente cortar o mal pela raiz", disse o presidente da CPI, Omar Aziz

Omar Aziz, presidente da CPI do Genocídio | Foto: Pedro França/Agência Senado
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A CPI do Genocídio aprovou nesta quinta-feira (19) quebra de sigilo fiscal e financeiro de blogueiros bolsonaristas que disseminaram fake news sobre pandemia de Covid-19. A tropa de choque de governo Jair Bolsonaro até tentou impedir, mas a maioria deliberou pela aprovação. No total, foram 187 requerimentos aprovados.

Segundo a Agência Senado, estão na lista os responsáveis pelos sites Instituto Força Brasil, Renova Mídia, Terça Livre, Jornal da Cidade Online, Conexão Política, Crítica Nacional e Senso Incomum. Além disso, influenciadores tiveram o sigilo quebrado.

As quebras acontecem três dias depois do ministro Luis Felipe Salomão, corregedor-geral do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), determinar a suspensão do financiamento por monetização de canais e perfis bolsonaristas que difundem fake news sobre o sistema eleitoral. Jornal da Cidade Online e Terça Livre, de Allan dos Santos, também integram esta lista.

"Não se pode utilizar a liberdade de expressão para mentir, para caluniar, para desonrar as pessoas, para desrespeitar as pessoas e, ainda mais, para matar as pessoas! As fake news que foram propagadas neste período de pandemia, algumas delas, mataram centenas de pessoas no Brasil", disse a senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) ao defender as quebras, que foram questionadas por Eduardo Girão (PODE-CE) e Marcos Rogério (DEM-RR).

"É fundamental para responsabilizar esses culpados, pessoas que usam as redes sociais de forma criminosa! Isso não é liberdade de expressão, não. Usar fake news é um crime contra a sociedade brasileira", completou.

CPI quer "cortar o mal pela raiz"

O presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), também defendeu a medida. "Esses sites que são financiados e nós estamos atrás de quem financia esse tipo de coisa pra gente cortar o mal pela raiz. [Eles] pedem pra invadir o Supremo, pedem pra invadir o Senado. É a gente ver aqui um cidadão, um oficial da reserva do Exército que é dono de um site, Força Brasil, vir aqui, e no site ele ser negacionista, defender o tratamento precoce mas, na calada da noite, às escondidas, como se estivesse fazendo alguma coisa muito errada, negocia vacina", afirmou.

"Se eles não receberam dinheiro público, dinheiro de entidade fascista, nazista para estar propagando essas ideias, não têm o que temer. Agora, nós, sim, tememos deixar fazer de conta que não está acontecendo nada, sites sendo pagos. Um desses cidadãos [Allan dos Santos] mandou cento e poucos mil reais para os Estados Unidos em poucos dias", disse ainda.

"Esses sites são financiados não a favor da democracia, mas para difamar políticos, para pedir o fechamento do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal. Ou a gente toma as providências que nos cabem nesse momento ou a gente passa para a história como covardes. E isso é uma coisa que eu não sou", finalizou.

Com informações da Agência Senado