CPI: Randolfe acusa Tolentino de possuir dois CPFs ativos

Apontado como "sócio oculto" da FIB Bank, Tolentino evitou responder questionamentos dos senadores durante sessão da CPI do Genocídio

Marcos Tolentino na CPI | Foto: Roque de Sá/Agência Senado
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O senador Randolfe Rodrigues, vice-presidente da CPI do Genocídio, acusou nesta terça-feira (14) o advogado Marcos Tolentino da Silva, possível “sócio oculto” da empresa FIB Bank, de possuir dois Cadastro de Pessoas Físicas (CPFs) ativos em seu nome. Haveria ainda outros dois já cancelados.

"Por que V. Sa. tem tantos CPFs cancelados na Receita Federal? Tem um CPF de terminação 09, 00609: cancelado; um CPF 0053, terminação 81: cancelado; o CPF 005, terminação 80: cancelado; um CPF 101, terminação 60: cancelado. E algo curioso: o CPF de terminação 84 e o CPF de terminação 05 estão como regulares, mas ninguém pode ter dois CPFs regulares", questionou Randolfe durante a sessão desta terça. Os dados são da Receita.

Tolentino, então, negou. "Senador, eu só tenho um único CPF meu, regular. Esses outros eu desconheço", disse. Randolfe perguntou, então, a Tolentino se seria má-fé da Receita, porque os documentos eram oficiais. "Eu vou permanecer em silêncio até que se veja isso aí, porque desconheço", completou o depoente.

"Um, dois, três, quatro CPFs cancelados e dois regulares, segundo documentos que seriam da Receita Federal do Brasil", reforçou Randolfe.

Tolentino é apontado como possível “sócio oculto” da empresa FIB Bank, que deu garantia financeira de R$ 80 milhões em contrato firmado entra a Precisa Medicamentos e o Ministério da Saúde para a compra da vacina indiana Covaxin.

Em depoimento, o advogado negou ser "sócio oculto", mas evitou responder questionamentos mais diretos dos senadores sobre o tema. Inclusive, o senador Humberto Costa (PT-PE) revelou ainda que havia um e-mail da FIB Bank registrado como "[email protected]".

Tolentino e o FIB Bank

Amigo próximo do líder do governo na Câmara, o deputado federal Ricardo Barros (PP-PR), e dono da Rede Brasil de Televisão, o depoimento de Tolentino era um dos mais esperados pela CPI, especialmente após a repercussão do depoimento de Roberto Pereira Ramos Junior, diretor-presidente da FIB Bank, que chegou a ter a prisão sugerida pelo relator Renan Calheiros (MDB-AL).

Os Senadores acreditam que as duas empresas sócias do FIB Bank e ligadas a Tolentino eram as verdadeiras operadoras da garantidora. Os parlamentares apontam como indícios que as empresas estão registradas no mesmo endereço do escritório do advogado.

O advogado aparece em diversos contratos e interfaces com a Justiça como representante, procurador ou administrador do FIB Bank e de outras empresas ligadas à garantidora. A CPI também identificou quase R$ 2 milhões em transferências a uma companhia que pertence à família de Tolentino.

Com informações do Senado