Crime eleitoral: criador de programa de disparos no WhatsApp confirma uso ilegal em campanha de Bolsonaro

Apesar da campanha de Bolsonaro ter negado a acusação de estar envolvida em tal operação, o WhatsApp comunicou que atuou no caso, e que identificou as contas que realizaram os disparos massivos, as quais foram bloqueadas. Ao parecer, a de Hinojosa foi uma delas, como ele mesmo reconhece em seu vídeo.

O engenheiro boliviano Nicolás Hinojosa (foto: Reprodução Youyube)
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Nicolás Hinojosa é um engenheiro boliviano e criador de um programa que permite enviar mensagens de forma massiva através do WhatsApp. Em matéria desta quarta-feira (19), da Folha de S. Paulo, ele afirma que esse mecanismo foi usado por apoiadores da campanha de Bolsonaro para atacar o PT. “Calculo que tenham sido enviadas mensagens de cerca de 30 mil contas de WhatsApp. Todas as mensagens que vi eram para a campanha para Bolsonaro. Textos e imagens em português”, assegura. Em um vídeo publicado no Youtube, Hinojosa afirma que os apoiadores da campanha de Bolsonaro utilizaram uma versão beta do seu programa, sem comprar a licença, e que depois de fazê-lo não pagaram pelo serviço. Logo, ele teve seu número de celular bloqueado pelo Whatsapp, quando este foi identificado pelo aplicativo como a origem dos disparos realizados em favor da campanha do então candidato presidencial. Inscreva-se no nosso Canal do YouTube, ative o sininho e passe a assistir ao nosso conteúdo exclusivo Em outubro do ano passado, uma reportagem da Folha mostrou que empresários brasileiros que apoiavam a candidatura de Bolsonaro financiaram ilegalmente uma campanha de disparos em massa via WhatsApp, especialmente com mensagens difamatórias ao candidato Fernando Haddad e ao PT. Apesar da campanha de Bolsonaro ter negado a acusação de estar envolvida em tal operação, o Whatsapp comunicou que atuou no caso, e que identificou as contas que realizaram os disparos massivos, as quais foram bloqueadas. Ao parecer, a de Hinojosa foi uma delas, como ele mesmo reconhece em seu vídeo. Segundo a lei eleitoral brasileira, a difusão de mensagens de campanha só é permitida pelas campanhas oficiais dos candidatos, e não por grupos de apoiadores, como teria acontecido nesse caso, segundo os relatos captados pela reportagem da Folha. A ação é crime eleitoral e a chapa, em tese, pode ser cassada se seu envolvimento com a ilegalidade vier a ser comprovada.