Cúpula da PF diz que relação de Moro e Bolsonaro terminou no ano passado e é de zero confiança

Demissão de Mandetta foi vista como precedente perfeito para tirar Moro, que começou a ser alertado sobre a troca na PF há uma semana

Bolsonaro e Sérgio Moro (Foto: José Cruz/Agência Brasil)
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Integrantes da cúpula da Polícia Federal avaliam que a relação do ministro da Justiça, Sergio Moro, e do presidente Jair Bolsonaro terminou desde o ano passado. Para eles, há zero confiança entre os dois e a demissão de Luiz Henrique Mandetta do Ministério da Saúde foi o "precedente perfeito" para o presidente tirar também o ex-juiz.

A crise do coronavírus teria agravado ainda mais a relação dos dois, já que cada um defende posições divergentes sobre o isolamento social como forma de combate à doença. O mesmo aconteceu com Mandetta, que desgastou no governo por sustentar opiniões contrárias as do presidente.

Ainda de acordo com a cúpula da PF, Bolsonaro começou a ameaçar a troca do comando da PF há uma semana, período que coincide com a demissão do ex-ministro da Saúde. O presidente também avisou Moro que mirava também a chefia do Rio, pivô da primeira crise envolvendo o órgão.

Integrantes da PF contam que a decisão de Bolsonaro foi dada como definitiva em conversa com Moro na manhã desta quinta-feira (23). Maurício Valeixo, diretor-geral da PF foi avisado em seguida e entrou em reunião com superintendentes.

Um decreto assinado por Bolsonaro publicado nesta sexta-feira (24) no Diário Oficial da União (DOU) confirma a exoneração de Valeixo. Com a exoneração, a trama que envolve a demissão de Moro se estende. Valeixo foi um dos principais aliados do ex-juiz na Lava Jato e mantém um longo histórico de amizade com ele.

Com informações do Painel, na Folha de S.Paulo.