Dallagnol articulou operação autorizada por Bretas contra advogado de Lula

nvestigação mirava supostos desvios no Sistema S. Denúncia foi repassada ao procurador por jornalista da Veja

Deltan Dallagnol (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)Créditos: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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A operação da Polícia Federal contra escritórios de advocacia, autorizada em setembro do ano passado pelo juiz Marcelo Bretas, responsável pela Lava Jato no Rio de Janeiro, foi articulada pelo procurador Deltan Dallagnol, ex-coordenador da força-tarefa em Curitiba.

Um dos principais alvos da operação foi o advogado Cristiano Zanin Martins, que atua na defesa do ex-presidente Lula (PT). A investigação mirava supostos desvios no Sistema S por meio de contratos falsos com a Fecomercio do Rio.

Segundo reportagem do Conjur, a denúncia veio por meio de uma mensagem enviada a Dallagnol por Thiago Prado, então jornalista da revista Veja.

"Deltan, bom dia. Eu tenho um material sobre como o Roberto Teixeira [então responsável pela defesa do ex-presidente Lula] ficou milionário com o sistema S (dinheiro federal). Ele ganhou 18 milhões em 1 ano para advogar para a fecomercio do Rio. O valor (tenho as notas fiscais) é absurdo e não faz sentido diante das ações em que ele atuou. Interessa?", perguntou o repórter ao procurador em 22 de março de 2016. 

Dallagnol não respondeu, mas houve uma nova tentativa por parte do jornalista. Em 13 de abril de 2016, o procurador responde: "Interessa sim. Se puder falar comigo e desenvolver um pouco mais o raciocínio por telefone". 

A operação contra os escritórios de advocacia então passou a ser articulada por Dallagnol com o procurador Eduardo El Hage, do Ministério Público do Rio.