Dallagnol solta vídeo no qual defende Lava Jato e se diz vítima de um criminoso

Coordenador da força-tarefa afirmou que conversas entre procuradores e juízes, reveladas pelos vazamentos do The Intercept Brasil, são "normais" e que "imaginar Lava Jato como uma operação partidária é teoria da conspiração"

Reprodução/YouTube
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O procurador Deltan Dallagnol, divulgou um vídeo na tarde desta segunda-feira (10) no qual procura se esquivar de posturas supostamente criminosas reveladas por conversas privadas vazadas pelo site The Intercept Brasil e defender a operação Lava Jato. De acordo com o procurador da força-tarefa, conversas entre juízes e procuradores são "normais" e o que se deve ser evitado nessas conversas é "conluio" e "imparcialidade" que, de acordo com ele, não pode ter sido observado em suas conversas com o então juiz Sérgio Moro. Os vazamentos revelados pelo The Intercept Brasil reúnem conversas, áudios e fotos compartilhados em aplicativos de mensagens entre procuradores e Moro entre 2015 e 2018. Inscreva-se no nosso Canal do YouTube, ative o sininho e passe a assistir ao nosso conteúdo exclusivo No vídeo, Dallagnol diz que a Lava Jato não é parcial pois a operação já absolveu réus acusados pelo MP e o próprio MP já recorreu de decisões da Justiça. "Tentar imaginar que a Lava Jato é uma operação partidária é uma teoria da conspiração que não tem base nenhuma", disse. A análise das conversas que vieram à tona, no entanto, mostram o contrário. Somente no pequeno trecho do material disponibilizado até agora pelo The Intercept Brasil, fica clara a articulação anti-ética e supostamente ilícita entre Moro e Dallagnol para condenar Lula, modificar fases da Lava Jato e impedir que o PT vencesse as eleições de 2018. Leia também Conversas de Moro na #Vazajato colocam em xeque equidistância da Justiça, diz Marco Aurélio Mello Especialistas ouvidos pela Fórum afirmam que a conduta parcial de procuradores e do juiz Sérgio Moro ficou evidente. "As mensagens divulgadas pelo The Intercept Brasil revelam a aliança espúria entre o então juiz Sergio Moro e procuradores que elegeram inimigos a ser combatidos por um processo penal fraudulento", disse Fernando Hideo, professor de Direito Processual Penal da Escola Paulista de Direito. Para Pedro Serrano, professor de Direito Constitucional da PUC-SP, comprovada a integralidade dos documentos divulgados pela “bombástica” reportagem do The Intercept, “deve haver anulação não só do processo de Lula, mas também de todos os outros que derivam dessa investigação, ou das que as conversas relatam”. No vídeo em que tenta se defender, Dallagnol chega a "lamentar" o conteúdo das conversas, que ele não refutou. "Reconhecemos que elas [as conversas vazadas] podem gerar desconforto em alguém, e a gente lamenta profundamente por isso", disse. "Vamos ouvir as críticas feitas pela sociedade e vamos melhorar nossa atuação", completou o procurador. Assista. https://youtu.be/wrBxmwv8qUE