Defesa de Lula entra com recurso no STF para que determinação da ONU seja cumprida

Advogados do ex-presidente apresentaram ao Supremo um pedido de tutela de urgência para que a decisão que impugnou o registro da candidatura de Lula no TSE seja suspensa com base na determinação da ONU

Foto: Ricardo Stuckert
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A defesa do ex-presidente Lula protocolou no Supremo Tribunal Federal (STF), nesta terça-feira (4), um recurso em regime de urgência para que a decisão da Justiça Eleitoral que barrou, na semana passada, o registro da candidatura de Lula, seja suspensa com base na determinação do Comitê de Direitos Humanos da ONU para que os direitos políticos do petista sejam preservados. Na segunda-feira (3), a defesa do ex-presidente também acionou a própria ONU com um recurso que trata do mesmo assunto. Confira, abaixo, a íntegra da nota divulgada pelos advogados de Lula.
Protocolamos hoje (04/09) perante o Supremo Tribunal Federal pedido de tutela de urgência para que, com base na decisão liminar (interim measure) proferida pelo Comitê de Direitos da ONU em 17/08/2018, seja afastado qualquer óbice à candidatura do ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de 2018. A petição realça o caráter vinculante da decisão do Comitê, pois: (i) o Pacto de Direitos Civis e Políticos da ONU foi aprovado pelo País em 1992 (Decreto Legislativo nº 582/91); (ii) o Brasil reconheceu a competência do Comitê de Direitos Humanos da ONU para analisar comunicados individuais sobre violações ao Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos (Decreto Legislativo nº 311/09); (iii) a Constituição Federal impõe a exigibilidade irrestrita dos direitos humanos na ordem interna e a eficácia imediata das normas sobre o temas (art. 5o, § 1º), o que inclui as decisões do Comitê de Direitos Humanos da ONU; (iv) Não cabe aos órgãos judiciários brasileiros sindicar as decisões proferidas pelo Comitê de Direitos Humanos da ONU, mas, sim, dar cumprimento às obrigações internacionais assumidas pelo Brasil. Na mesma petição demonstramos a urgência na apreciação do pedido diante das determinações do TSE último dia 31/08. Cristiano Zanin Martins/Valeska T. Zanin Martins