Delação de Palocci teria Mantega como foco principal

Palocci teria implicado Mantega de antecipar dados que eram de interesse de bancos, em troca de apoio ao PT

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Da Redação* O ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci, preso em Curitiba, negocia fechar um acordo de delação premiada, onde acusa seu sucessor Guido Mantega de ter montado “uma espécie de central de venda de informações para o setor financeiro durante os governos petistas”. A informação é de Marina Dias, Daniela Lima e Mônica Bergamo, da Folha. “A sede seria o prédio do Ministério da Fazenda em São Paulo, na avenida Paulista, onde Mantega costumava despachar às sextas-feiras”, diz reportagem. Palocci teria implicado Mantega de antecipar “dados a respeito de juros e edição de medidas provisórias, por exemplo, que eram de interesse de bancos, em troca de apoio ao PT”. Mantega afirma, por meio de advogados, que as acusações causam “estranheza”. "Qualquer caixa de agência bancária do país sabe que quem representava os interesses do mercado financeiro era o próprio Palocci" diz o advogado Fábio Tofic Simantob. "Guido Mantega, pelo contrário, assumiu sempre posições que desagradavam os bancos, a ponto de ser demonizado. Não houve pessoa mais execrada pelo mercado do que Mantega. A informação, por isso, não faz nenhum sentido", segue ele. A reportagem da Folha diz que Palocci e Mantega nunca se deram bem. Palocci foi condenado a 12 anos de prisão pelo juiz Sergio Moro e tenta negociar delação, para isso, os investigadores da Lava Jato querem que ele confirme informações sobre Lula que estão nas delações de ex-executivos da Odebrecht. Mantega também é investigado na Lava Jato e chegou a ter sua prisão preventiva decretada, mas foi liberado. É acusado de ter pedido R$ 5 milhões ao empresário Eike Batista para saldar dívidas de campanha eleitoral do PT. *Com informações da Folha. | Foto: Agência Brasil