Delegado acusado de tortura é pivô do novo conflito entre Bolsonaro e Moro

Anderson Torres foi o articulador da recriação do ministério da Segurança Pública, medida que ataca diretamente Sergio Moro

Anderson Torres (à direita) e Jair Bolsonaro. (Imagem: Reprodução/Twitter/@Planalto)
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O secretário de Segurança do Distrito Federal, Anderson Torres, um dos policiais mais próximos de Jair Bolsonaro, é o pivô do novo conflito entre o presidente e Sergio Moro. Torres é visto como um dos principais articuladores da recriação do ministério da Segurança Pública, decisão que, se aprovada, atacaria diretamente os poderes de Sergio Moro. Torres estava presente na reunião com o presidente para debater a divisão do ministério da Justiça. No entanto, duas horas antes do encontro, foi recebido por Bolsonaro no Planalto. No dia anterior, havia criticado Moro em um ofício. Ainda, no passado, o secretário quase foi escolhido para diretor-geral da Polícia Federal, pouco antes das eleições de 2018. Após as eleições, Moro continuou a resistir contra a nomeação de Torres ao cargo. Em reuniões, o ministro já havia se posicionado contrário à indicação. A disputa pelo poder da PF vem desde agosto de 2019, quando Bolsonaro ameaçou trocar o diretor-geral, Maurício Valeixo. Em conversas com colegas, Torres afirmava ser o nome perfeito para a “arejada” que o presidente queria dar no órgão. Tortura Sem o cargo na Polícia Federal de Bolsonaro, Torres foi nomeado pelo governador de Brasília, Ibaneis Rocha (MDB), como secretário de Segurança do DF. Torres também é delegado da PF e já atuou em Roraima, nas operações da reserva indígena Raposa Serra do Sul.
Torres chegou a ser acusado de tortura. A investigação foi arquivada e reaberta, mas ele acabou absolvido em 2018. Houve "pedido de absolvição pelo próprio Ministério Público Federal com base na inexistência dos fatos", afirmou o delegado em nota.