Depois de dizer "acabou, porra!" para o STF, Bolsonaro recua e sugere que não pode passar por cima da Corte

"Se coloca no meu lugar: você quer que eu passe por cima do Supremo?", questionou Bolsonaro a um apoiador

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O presidente Jair Bolsonaro, após vociferar contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e até mesmo sugerir uma ruptura democrática, resolveu adotar outro tom nesta sexta-feira (29).

Ao cumprimentar apoiadores em frente o Palácio da Alvorada, o presidente foi questionado por um deles sobre a ação dos governadores diante da pandemia do coronavírus. De acordo com o apoiador, a população do Pará estaria "sofrendo" com o mandatário estadual.

O capitão da reserva, então, respondeu: "Se coloca no meu lugar. Você quer que eu passe por cima do Supremo?". A questão de Bolsonaro faz referência ao entendimento do STF de que os estados e municípios têm autonomia com relação às medidas a serem adotadas contra o coronavírus.

Acabou, porra

A fala desta sexta-feira contrasta com a postura de Bolsonaro na quinta-feira.

Sem transmissão ao vivo em suas redes sociais, como faz habitualmente, Jair Bolsonaro mostrou extrema irritação com a ação autorizada por Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que colocou a Polícia Federal (PF) nas ruas para cumprir 29 mandados de busca e apreensão no inquérito que investiga a “milícia digital” que propaga fake news e ameaça aqueles que o presidente considera “inimigos”.

Além de Moraes, Bolsonaro criticou duramente o ministro Celso de Mello por ter liberado “uma reunião secreta” do governo, referindo-se ao vídeo da reunião ministerial do dia 22 de abril.

“As coisas têm limite. Ontem foi o último dia e peço a Deus que ilumine as poucas pessoas que ousam se julgar mais poderosas que outros que se coloquem no seu devido lugar, que respeitamos. E dizer mais: não podemos falar em democracia sem judiciário independente, legislativo independente para que possam tomar decisões. Não monocraticamente, mas de modo que seja ouvido o colegiado. Acabou, porra”, disse na porta do Palácio da Alvorada, diante de apoiadores. 

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