Deputado chama Janot de “pinguço” ao defender Michel Temer

“Quem merece crédito? O pinguço pego no porão de uma distribuidora de bebidas tomando um trago de 'canha' com um advogado ou o presidente da República que contra ele não há nada absolutamente provado”, disse Alceu Moreira (PMDB-RS).

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“Quem merece crédito? O pinguço pego no porão de uma distribuidora de bebidas tomando um trago de 'canha' com um advogado ou o presidente da República que contra ele não há nada absolutamente provado”, disse Alceu Moreira (PMDB-RS). Da Redação* Durante sessão da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) desta terça-feira (17) na Câmara dos Deputados, O deputado federal Alceu Moreira (PMDB-RS), durante a sessão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), desta terça-feira (17) na Câmara Federal, se referiu ao ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot como "pinguço", por duas vezes. Os deputados discutiam havia quase 12 horas o relatório do deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG), a respeito da denúncia contra o presidente Michel Temer (PMDB), por tentativa de obstrução à Justiça e organização criminosa. A segunda denúncia contra Temer foi apresentada por Janot pouco antes de ele deixar o cargo, em setembro. “Quem merece crédito? O pinguço pego no porão de uma distribuidora de bebidas tomando um trago de 'canha' com um advogado ou o presidente da República que contra ele não há nada absolutamente provado”, disse o deputado, que falou pela liderança de governo. Moreira fez referência à divulgação da foto do ex-procurador em um bar com o advogado Pierpaolo Bottini, que defende Joesley Batista, da JBS, tirada no dia 10 de setembro. Poucos dias antes, Janot tinha anunciado uma investigação para apurar possíveis irregularidades nas delações dos executivos da JBS. Janot tratou o caso, na época, como um encontro casual. O peemedebista também criticou o acordo da PGR com Joesley Batista. O deputado se referiu principalmente às vantagens que haviam sido garantidas ao delator em acordo de colaboração. Um dos implicados no caso foi o presidente Temer, que foi defendido pelo deputado. Os ataques a Janot, por governistas, e as citações às delações de Joesley Batista e Lúcio Funaro, por oposicionistas, marcaram os debates na CCJ. Além da acusação do deputado Alceu Moreira, outra declaração dura contra Janot partiu de Paulo Maluf (PP-SP). Para o deputado, o ex-procurador fez “terrorismo” contra a economia brasileira, ao solicitar a abertura de nova investigação contra o peemedebista. “O mal que ele fez à economia com acusações falsas, acho que não paga, porque isso não volta”, afirmou. Darcísio Perondi (PMDB-RS), um dos principais aliados de Temer na Câmara, chegou a falar em uma “ditadura de procuradores” que se associam a “bandidos do nível” do corretor de valores Lúcio Funaro, cuja delação traz graves acusações contra o presidente e aliados do PMDB. De acordo com Cristiane Brasil (PTB-RJ), Janot escreveu “laudas e laudas de conversa fiada, com provas ineptas”, enquanto Hildo Rocha (PMDB-MA) disse que a denúncia é uma “imitação barata de Dom Casmurro”, clássico da literatura escrito por Machado de Assis, fruto de uma “obsessão doentia” do ex-procurador-geral para tirar o presidente do cargo. “No final, nós não sabemos se de fato houve a traição da Capitu ou não. Restam mais dúvidas ao concluir a leitura do que certezas. Assim é essa denúncia”, disse Rocha. *Com informações do UOL Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil