Deputado Luis Miranda chega com colete à prova de balas na CPI: “Bolsonaro ainda vai me pedir perdão”

Parlamentar disse ter alertado Bolsonaro sobre irregularidades na compra da Covaxin e foi ameaçado por Onix Lorenzoni e depõe junto com seu irmão, que é servidor do Ministério da Saúde

(Foto: Twitter/Mídia Ninja)
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O deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) que depõe, junto com o seu irmão Luis Ricardo Miranda, servidor do Ministério da Saúde, na CPI do Genocídio, desta sexta-feira (25), chegou no Senado com um colete a prova de balas e uma bíblia na mão. Segundo o parlamentar, Jair Bolsonaro (sem partido) ainda vai pedir “perdão” a ele, que “vai perceber que a equipe dele é muito injusta”. “Para quem disse defender a corrupção é muito estranha a atitude dele”, disparou contra o presidente.

Questionado por que o parlamentar não chegou junto com seu irmão, Miranda acusou o Ministério da Saúde de ter abandonado o servidor Luis Ricardo Miranda em São Paulo, que teve que pegar um voo comercial para chegar a Brasília. O servidor estava acompanhando o desembarque das doses da vacina da Janssen dos EUA para o Brasil.  

O deputado prometeu falar apenas a verdade na CPI. Ele e seu irmão disseram que levaram ao presidente Jair Bolsonaro documentos que denunciavam um suposto esquema de corrupção na compra da Covaxin, vacina contra Covid-19 produzida pelo laboratório indiano Bharat Biotech, que tem como intermediário no Brasil a empresa Precisa Medicamentos. Eles afirmaram que estiveram no Palácio da Alvorada no dia 20 de março.

https://twitter.com/jairmearrependi/status/1408485432476721155

Após as declarações, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Onix Lorenzoni, tem sido acusado de coagir o parlamentar e seu irmão. Lorenzoni disse que o presidente Bolsonaro havia determinado que abrisse investigações contra eles. “Não houve favorecimento a ninguém, não houve sobrepreço. Tem gente que não sabe fazer conta. Não houve compra alguma, não há um centavo que tenha sido despendido pelo caixa do governo federal”, afirmou Lorenzoni. “Por que ele inventou essa história? O que os dois irmãos queriam na casa do presidente no dia 20 [de março]? […] Deus tá vendo, mas o senhor não vai só se entender com Deus, não. Vai se entender com a gente.”

Para o presidente da CPI do Genocídio no Senado, Omar Aziz, Onyx Lorenzoni, teve comportamento de miliciano ao ameaçar os irmãos. O senador Renan Calheiros (MDB-AP) destacou que o dono da Precisa, Francisco Maximiano, empresa envolvida na negociação e compra da Covaxin, corre risco de vida e que é preciso garantir a sua segurança para “não repetir Adriano da Nóbrega”, miliciano morto na Bahia em 2020 e que tinha relação íntima com a família Bolsonaro.

“Nós sabemos os métodos que estamos enfrentando, que essas pessoas enfrentarão para não incorrermos na repetição do que ocorreu com Adriano da Nóbrega. Nós precisamos garantir a segurança de vida dele”, disse Calheiros.

Acompanhe a CPI

https://youtu.be/Qqol_fuerxI

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