Com derrota iminente, presidente da comissão do voto impresso encerra sessão

Bolsonaristas chegaram a fingir que internet caiu para interromper votação; Oposição denunciou ilegalidade e "tomou" presidência; veja vídeo

Pablo Valadares/Câmara dos Deputados
Escrito en POLÍTICA el

Para evitar uma derrota, o presidente da comissão do voto impresso, deputado federal Paulo Eduardo Martins (PSC-SP), decidiu encerrar subitamente a sessão realizada nesta sexta-feira (16). A comissão da Câmara iria apreciar o relatório do deputado bolsonarista Filipe Barros (PSL-PR) sobre a PEC 135/19.

"Como o deputado Filipe Barros manifestou o desejo de fazer modificações no texto e essa é uma prerrogativa do relator, eu concedo o prazo para o relator fazer isso na próxima sessão ordinária. Isso é uma prerrogativa no relator", disse Martins.

A decisão unilateral foi alvo de muitas críticas. Parlamentares de oposição, como Orlando Silva (PCdoB-SP), Fernanda Melchionna (PSOL-RS) e Arlindo Chinaglia (PT-SP), então, classificaram a manobra como "molecagem".

"Picareta", reagiu um parlamentar.

Novo presidente na comissão?

Na sequência, Chinaglia assumiu a presidência da comissão do voto impresso em razão da vacância deixada por Martins. "Queria informar que, pelo artigo 41, eu estou assumindo a presidência porque o presidente encerrou de forma absolutamente ilegal tendo questão de ordem pendente. O presidente deu a palavra para o relator sem ter base regimental, o que também fez com a deputada Bia Kicis. Qual o nosso objetivo nesse momento? Não queremos nos igualar naquela atitude, mas queria provar que foi uma aberração a atitude do presidente eleito da comissão", declarou.

Por isso, Chinaglia, que já foi presidente da Câmara, denunciou "absoluta desonestidade" do presidente da comissão, que manteve apenas o microfone do relator aberto durante boa parte da sessão. Além disso, bolsonaristas teriam encenado uma queda na conexão e Martins fingia não ouvir os demais parlamentares que esbravejavam contra as manobras.

"É de se lamentar que a Câmara tenha sido vítima de um bando", completou o deputado do PT.

Fernanda Melchionna também reagiu nas redes. "A extrema-direita fez uma molecagem sem tamanho. De forma ilegal, o presidente da comissão encerrou a sessão e desligou os sons. Medo da derrota iminente! Não ganham no voto e estão tentando no tapete. Não vamos deixar assim. #votoimpressoNAO", tuitou a parlamentar.

ASSISTA:

https://twitter.com/fernandapsol/status/1416118634221555715