Desesperado, Bolsonaro retoma narrativa de 2018 e diz que membros de governos anteriores eram envolvidos com pedofilia

Novo "kit gay": Pressionado pela CPI do Genocídio e preocupado com as pesquisas que mostram a liderança de Lula na eleição de 2022, presidente volta a falar de "doutrinação" de governos petistas

Bolsonaro posa com um homem vestido de burro no programa de Sikêra Jr (Reprodução)
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O presidente Jair Bolsonaro voltou a demonstrar, nesta segunda-feira (17), que está desesperado com a pressão da CPI do Genocídio, que apura suas omissões diante da pandemia do coronavírus, e também com as pesquisas eleitorais que mostram o ex-presidente Lula como favorito para a sucessão presidencial.

Além de intensificar a tese de fraude nas urnas e defender o voto impresso, Bolsonaro tem retomado narrativas de cunho sexual e moral para atacar governos petistas, como foi o caso da fake news do "kit gay" que usou contra Fernando Haddad (PT) na eleição de 2018.

Em evento no Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos para o lançamento de uma campanha de conscientização contra a exploração sexual de crianças e adolescentes, Bolsonaro voltou a falar de "doutrinação" às crianças em governos anteriores e fez a grave afirmação de que membros da administração federal anterior à sua tinham envolvimento com pedofilia.

"Esse ministério no passado servia o quê e a quem? Não servia à população e nem servia à questão dos direitos humanos. Era um ministério voltado basicamente para uma doutrinação e defesa das priores práticas praticadas pela esquerda no Brasil e no mundo", declarou o titular do Palácio do Planalto.

E prosseguiu: "O que dizia esse site Humaniza Redes no tocante a pedofilia, era claro, era explicito, dizia o seguinte: caso você encontrasse um adulto abusando sexualmente de uma pessoa, de uma criança, não interessa a idade […] essa pessoa deve ser levada a um hospital para ser submetido a um laudo. Caso ela sofresse transtorno, esse adulto deveria ser levado para um hospital e não para uma cadeia. Ou seja, era a proteção à pedofilia, era o estímulo a pedofilia até porque tinha gente na época do próprio governo envolvido em pedofilia".

Bolsonaro não apresentou qualquer prova e nem citou nomes para sustentar sua afirmação de que havia envolvimento com pedofilia por parte de membros de governos anteriores.

O presidente ainda mente ao dizer que o site Humaniza Redes, lançado em 2015 pela ex-presidenta Dilma Rousseff, incentivaria a prática criminosa. O intuito da página era exatamente o oposto: receber e encaminhar denúncias de atos como racismo, homofobia, pornografia infantil e outros crimes cibernéticos.

Saiba mais sobre o Humaniza Redes aqui.