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A diretora-executiva do Ibope Inteligência, Marcia Cavallari, após analisar os dados de quatro pesquisas mensais feitas até agora, afirmou ao Estadão, em sua edição desta segunda-feira (29) que, de janeiro a abril, as taxas de avaliação do governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL-RJ) como ruim e péssimo subiram em todas as sondagens. Ao mesmo tempo, as taxas de ótimo e bom caíram só até março, e ficaram estáveis em abril, o que poderia indicar neste caso um piso para as avaliações.
“A insatisfação aumenta, mas a aprovação pode estar próxima de um piso. As próximas pesquisas vão mostrar o tamanho desse núcleo que mais aprova o governo”, diz ela.
Governos recém-empossados despertam otimismo entre os eleitores, mesmo entre os que não votaram no vencedor. De acordo com a análise das pesquisas do Ibope, um fenômeno raro ocorreu, que foi o da “lua de mel” durar tão pouco. Pelos dados, o presidente Jair Bolsonaro não conseguiu manter por muito tempo a janela de boa vontade, o que é verdade até entre aqueles que votaram no candidato do PSL no ano passado.
O apoiador de Bolsonaro tem se incomodado com a participação dos filhos no governo. “Por mais que o Carlos Bolsonaro goste do pai, ele não pode esquecer que é parlamentar (vereador) do Rio, tem de cuidar do trabalho dele lá. Ele fica interferindo e isso atrapalha. Se ele quiser ir pra Brasília, que espere mais alguns anos e tente”, afirmou ao Estadão o advogado Antônio Carlos Mello, eleitor de Bolsonaro de Lins, no interior paulista.
Com a queda da avaliação positiva e da aprovação ao modo de governar, caiu também a confiança na figura do presidente – 51% em abril, ante 62% em janeiro.
Já a tecnóloga e moradora de Salvador, Dilmara Serafim, optou por Bolsonaro no segundo turno das eleições do ano passado, mas diz que vê no governo um “despreparo administrativo”.
Outro segmento em que Bolsonaro perdeu mais apoio do que na média nacional é o de moradores de capitais e de cidades com mais de 500 mil habitantes, nas quais mais de três a cada dez apoiadores pularam do barco no período. O presidente se sai melhor em municípios pequenos e do interior, com 37% de avaliação positiva em ambos os casos.
Com informações do Estadão