Desprezo ao SUS: Bolsonaro diz que Michelle se vacinou nos EUA

Decisão da primeira-dama foi alvo de críticas de membros da CPI do Genocídio e profissionais de saúde

Jair Bolsonaro e Michelle Bolsonaro em Nova York | Foto: Alan Santos/PR
Escrito en POLÍTICA el

O presidente Jair Bolsonaro revelou em entrevista à Revista Veja que a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, se vacinou contra a Covid-19 nos Estados Unidos. O mandatário comentou em live na quinta-feira (24) que a esposa havia se imunizado, mas não explicitou que isso ocorreu fora do Brasil. 

"Tomar vacina é uma decisão pessoal. Minha mulher, por exemplo, decidiu tomar nos Estados Unidos. Eu não tomei", disse à Veja.

Epidemiologistas criticaram a primeira-dama por ter tomado vacina fora do Brasil. "Se confirmada, é uma notícia que mostra desprezo com o SUS e com os brasileiros. Demonstra falta de confiança no sistema universal de saúde, acessível a todos os brasileiros", afirmou Pedro Hallal, do Epicovid, ao G1.

Senadores da CPI do Genocídio também reagiram. "Essa cena da primeira-dama se vacinando nos Estados Unidos é lamentável. O Brasil não merece isso", disse o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice da CPI, também ao G1.

"Desvaloriza a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, desvaloriza uma conquista do país nos últimos 30 anos, que é o Programa Nacional de Imunizações, desvaloriza o esforço de milhares de cientistas, de milhares de profissionais de saúde por todo país. Lamentável e triste. Mais uma página triste da história nacional", completou.

O presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), parabenizou Michelle por ter se imunizado, mas deu "nota zero" por ter feito no exterior. "A vacina que é aplicada nos Estados Unidos é a mesma que é aplicada aqui no Brasil. Então, ela poderia aqui ter se vacinado, mostrado aos brasileiros ela se vacinando, para dar um bom exemplo aos brasileiros e aí, sim, veríamos o patriotismo de verdade, não patriotismo da boca pra fora", afirmou.

Com informações do G1