O derretimento da popularidade de Jair Bolsonaro (Sem partido) no meio evangélico, que representa 26% do eleitorado brasileiro, se deve a uma série de atos e ações do presidente, que tem remado muitas vezes em sentido contrário às demandas e às crenças difundidas nos templos, e que foram fundamentais para a eleição do "Messias".
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Coordenador do núcleo evangélico do PT, o pastor Luis Sabanay afirma que o recuo após o discurso golpista do 7 de Setembro influenciou fortemente na debandada evangélica, revelada na pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta-feira (16).
"O recuo de Bolsonaro depois de 7 de setembro impactara ainda mais a opinião evangélica. Parte das narrativas evangélicas em apoio a Bolsonaro anunciava a presença da benção de um deus guerreiro, militar, corajoso. Ao contrário, esse deus acovardou-se", disse Sabanay à Fórum.
O pastor lembra que o abandono de Bolsonaro entre evangélicos começou a partir do primeiro ano de mandato, principalmente na base neopentecostal e pentecostal que agrega assalariados, que ganham entre 1 e 3 salários mínimos e vivem nas periferias urbana e rural do Brasil.
"São os mais impactados pelo desemprego, pandemia, a violência, fome e a miséria", diz.
Sabanay ainda cita a "contraofensiva" no meio evangélico, com o surgimento de "centenas de organizações, lideranças e até mesmo denominações religiosas que vem se posicionando contrárias e críticas, no dia a dia, as posturas do atual presidente e seu governo, consideradas discrepantes à cultura evangélica como: o ódio, mentira e a violência".
"Recentemente, a opinião entre a boa gestão e o não golpismo, anuncia a opinião de uma fatia da classe média evangélica descontente. A política do parlamento, o centrão, onde a maioria dos parlamentares ditos evangélicos, começam a sair da base de apoio em função da mudança de opinião pública, escândalos e as tendencias políticas regionais visando as eleições de 2022. O fisiologismo", conclui.