Diferença salarial entre homens e mulheres aumenta 5,6% no governo Bolsonaro

O presidente já defendeu, em 2016, que mulheres deveriam receber menos porque engravidam

Foto: Isac Nóbrega/PR
Escrito en POLÍTICA el

Depois de registrar queda por sete anos seguidos, a diferença salarial por gênero voltou a subir em 2019, primeiro ano do governo do presidente Jair Bolsonaro.

Segundo reportagem de Mariana Tokarnia, da Agência Brasil, a distância salarial subiu de 44,7% para 47,24%, contrariando uma tendência de redução que vem desde 2011 - quando os números apontavam uma disparidade de 63,98%. A diferença subiu 2,54 pontos percentuais - ou 5,6% de aumento.

Dados da plataforma Quero Bolsa obtidos pela reportagem com base no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) apontam que a média salarial para homens é de R$ 3.946 enquanto para mulheres é R$ 2.680.

Segundo o Caged, nas dez carreiras de ensino superior com maior geração de postos de trabalho, mulheres recebem salários menores em sete delas. O posto de analista de negócios, é o que apresenta maior disparidade: R$ 5.334 contra R$ 4.303.

Pedro Balerine, do Quero Bolsa, destaca que a injustiça é ainda maior devido ao fato das mulheres se qualificaraem mais profissionalmente. “As mulheres estudam mais, fazem mais pós-graduação, mais mestrado, mais doutorado, não faz o menor sentido ter essa discrepância. Ela é injustiça”, declarou.

O presidente Jair Bolsonaro já defendeu, em 2016, que mulheres deveriam receber um salário menor "porque engravidam". "Eu não empregaria [mulheres e homens] com o mesmo salário. Mas tem muita mulher que é competente", disse no programa Superpop, da apresentadora Luciana Gimenez.

Ele comentava sobre uma entrevista em que afirmou que "entre um homem e uma mulher jovem, o que o empresário pensa? 'Poxa, essa mulher está com aliança no dedo, daqui a pouco engravida, 6 meses de licença-maternidade'. Quem que vai pagar a conta? O empregador".

Nas eleições de 2018, o então candidato negou que já houvesse defendido tal medida, mas vídeos com a declaração feita dois anos antes passaram a circular nas redes.

Assista ao comentário do presidente feito em 2016:

https://www.youtube.com/watch?v=AGd2h464Hvo

Com informações da Agência Brasil