A ex-presidenta Dilma Rousseff participou de debate do Observatório da Crise do Coronavírus, da Fundação Perseu Abramo, na noite desta sexta-feira (8) e avaliou que dificilmente a alta cúpula das Forças Armadas embarca em um golpe militar.
Questionada pelo jornalista Florestan Fernandes Jr. se ela temia a adesão dos militares a uma "ditadura Bolsonaro" ou a uma "dinastia Bolsonaro", Dilma disse acreditar que "alta oficialidade dificilmente embarca numa aventura desse tipo", mas não tem a mesma convicção quanto às baixas patentes.
"O armamentismo do Bolsonaro diz respeito também à questão das milícias e da baixa oficialidade. Acredito que do ponto de vista da ordem, tem um lado altamente disruptivo, de violência. Estado é Justiça e violência. A violência com Bolsonaro seria privatizada. Se os senhores oficiais generais e o resto da oficialidade aceitarem algo similar a isso, seria um suicídio, uma destruição da instituição", afirmou.
Segundo ela, um golpe seria uma "loucura" que afetaria o país internacionalmente. "Eu suponho o seguinte: para que intervenção militar com a quantidade de integrantes das Forças Armadas dentro governo? Para fazer o quê? A segunda questão é: tem limite para as loucuras ao nível das relações externas", declarou.
Dilma fez questão de enfatizar que o "pacto do neoliberalismo com o neofascismo" segue sustentando o governo Bolsonaro.
O debate foi transmitido ao vivo no canal da Fórum no YouTube e contou ainda com a presença de Artur Henrique, diretor da Fundação Perseu Abramo, e da jornalista Kátia Passos.
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