Dilma: "Editorial do Estadão carece de honestidade intelectual"

A ex-presidenta afirma que o "nem em seus piores momentos,o jornal foi tão infiel à verdade"

Fotos: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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A ex-presidenta Dilma Rousseff usou as redes sociais na tarde desta terça-feira (26) para criticar o editorial publicado pelo jornal Estado de S. Paulo em que o ex-presidente Lula é equiparado ao presidente Jair Bolsonaro.

"O editorial do Estadão comparando Bolsonaro a Lula, como se ambos fossem comparáveis em alguma coisa, carece de honestidade intelectual. Nem em seus piores momentos, este ou qualquer jornal foi tão infiel à verdade. Lula e Bolsonaro são opostos, inconciliáveis e incompativeis", declarou a ex-presidenta.

Segundo Dilma, Lula é um "democrata que nunca desrespeitou a liberdade e os direitos humanos", enquanto Bolsonaro pode ser definido como "inimigo da democracia e dos direitos do povo". "Lula sempre buscou a paz. Bolsonaro busca a violência e quer armar milicianos para uma guerra contra as instituições", declarou.

"O democrata e o fascista não se parecem, são antagônicos. Ao equipará-los, o Estadão insulta a inteligência dos leitores e comete um ato de pusilanimidade. Em hora tão grave para o país, desrespeita até momentos de sua história em que soube distinguir a barbárie da civilização", avaliou ainda.

Em editorial publicado nesta terça, o Estadão afirmou que Lula e Bolsonaro “se associam na mais absoluta falta de escrúpulos”. De acordo com o texto, os dois “enxergam o mundo e seu papel nele da mesmíssima perspectiva. Tudo o que fazem diz respeito exclusivamente a seus projetos de poder, nos quais o Estado e o povo deixam de ser o fim último da atividade política e passam a ser meros veículos de suas aspirações totalitárias”.

Cabe recordar que o Estadão em diversos editoriais chancelou o golpe parlamentar sofrido pela ex-presidenta. Em 7 de abril - uma semana antes da votação na Câmara - o veículo afirmou que "Impeachment é o melhor caminho", em 23 de maio negou com veemência que o processo era um golpe e, em 14 de junho atacou historiadores.

Em 31 de agosto de 2016, um dia depois da votação que pôs fim ao mandato de Dilma, o Estado de S. Paulo trouxe o seguinte editorial: "O fim do torpor".

https://twitter.com/dilmabr/status/1265375655870464002
https://twitter.com/dilmabr/status/1265375657476882435
https://twitter.com/dilmabr/status/1265375659163074561