Dilma: "Nenhuma instituição pode se omitir diante do autoritarismo explícito de Bolsonaro"

Ex-presidenta comentou o apoio de Jair Bolsonaro a manifestações golpistas e disse que o capitão da reserva busca implantar um governo ditatorial

Fotos: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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A ex-presidenta Dilma Rousseff foi às redes sociais, na noite deste domingo (19), para expressar seu repúdio ao fato de Jair Bolsonaro ter apoiado e comparecido a uma das manifestações que ocorreram mais cedo que pediam, além do fim das medias de isolamento, por uma intervenção militar e um "novo AI-5".

Os atos apoiados por Bolsonaro foram marcados também por pedidos de fechamento do Congresso Nacional, em meio à guerra aberta pelo capitão da reserva contra o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP).

"Enquanto o surto da Covid19 se acelera e aumentam as mortes no país, Bolsonaro assume abertamente a sua estratégia golpista, que busca implantar um governo ditatorial. Num ato na frente do QG do Exército em Brasília, atacou todos os Poderes da República e a democracia", escreveu Dilma.

"Nenhuma instituição do Brasil e nenhum democrata podem se omitir diante do autoritarismo explícito de Bolsonaro. Devemos nos unir contra esta ameaça de implantar o caos. E a Constituição mostra o caminho", completou a ex-presidenta.

Repúdio

O ministro Luis Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, criticou os atos realizados em prol de uma intervenção militar no Brasil neste domingo (19). O presidente Jair Bolsonaro participou do ato e insuflou apoiadores.

“É assustador ver manifestações pela volta do regime militar, após 30 anos de democracia. Defender a Constituição e as instituições democráticas faz parte do meu papel e do meu dever”, escreveu o ministro. Ele cita o ativista Martin Luther King: “Pior do que o grito dos maus é o silêncio dos bons”.

OAB

O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, criticou diretamente Bolsonaro e pregou uma união dos democratas em prol da liberdade. “O presidente da república atravessou o Rubicão. A sorte da democracia brasileira está lançada, hora dos democratas se unirem, superando dificuldades e divergências, em nome do bem maior chamado LIBERDADE!”, disse.

Oposição

Lideranças do campo progressista se manifestaram contra a postura de Bolsonaro. O ex-ministro Fernando Haddad e o líder do MTST, Guilherme Boulos, defenderam a queda do presidente. “O dia do fora já chegou!”, publicou o candidato do PT à presidência nas eleições de 2018.