A ex-presidenta Dilma Rousseff (PT) foi às redes sociais nesta segunda-feira (23) para criticar a medida provisória (MP) de Jair Bolsonaro publicada neste domingo no Diário Oficial. A MP autorizava empresas a suspender o contrato de trabalho com funcionários por até quatro meses durante a pandemia do coronavírus, também permitindo o corte de salários.
"A MP de Bolsonaro que autoriza empresas a reduzir salários por 4 meses é um crime contra o povo trabalhador brasileiro. O Judiciário e o Congresso devem impedir essa barbaridade. Ao drama da epidemia do coronavírus agregam a redução do salário a critério do empregador", escreveu a ex-presidenta.
Dilma também comparou a proposta de Bolsonaro com governos de outros países, que têm assumido a responsabilidade de completar a renda dos trabalhadores, de forma a evitar o desemprego.
"Bolsonaro faz exatamente o contrário: permite o corte indiscriminado do salário justamente quando o trabalhador e sua família mais precisam de dinheiro para se defender de uma epidemia. É a perversidade neoliberal em estado puro", disse Dilma.
O texto aprovado por Bolsonaro diz ainda que caberá à negociação individual a decisão de manter ou não alguma “ajuda compensatória mensal” ao trabalhador, mas que não deve ter “caráter salarial”. De acordo com a MP, tal decisão terá “valor definido livremente entre empregado e empregador, via negociação individual”.