Governadores reagiram nesta quarta-feira (21) à declaração do presidente Jair Bolsonaro descartando a compra de 46 milhões de doses da Coronavac, a vacina da chinesa Sinovac contra o coronavírus. Gestores de diversos estados criticaram a posição do presidente, contrária ao que havia sido acordado entre o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB).
"Não queremos uma nova guerra na federação. Mas com certeza os governadores irão ao Congresso Nacional e ao Poder Judiciário para garantir o acesso da população a todas as vacinas que forem eficazes e seguras. Saúde é um bem maior do que disputas ideológicas ou eleitorais", declarou Dino no Twitter.
Ele ainda ironizou o papel geopolítico que Bolsonaro tem cumprido. "Será que ele não quer jogar War ou videogame com [Donald] Trump? Enquanto jogasse, ele não atrapalharia os que querem tratar com seriedade os problemas da população", criticou.
O governador da Bahia, Rui Costa (PT), também reagiu, elogiando Pazuello. "Estamos em guerra contra a covid, que já matou mais de 150 mil no Brasil. O presidente não pode desmoralizá-lo e desautorizá-lo nesta luta. Minha solidariedade ao ministro", declarou.
Segundo informações do portal Uol, também se manifestaram contra o presidente os governadores de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), do Piauí, Welington Dias (PT), do Ceará, Camilo Santana (PT), do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), e do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB).
A deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) anunciou que o PCdoB e outros partidos vão entrar com ação na justiça. "PCdoB, junto de outros partidos, ingressará na Justiça para garantir que o Brasil tenha as vacinas contra covid-19 quando disponíveis no mercado, como a da China. É criminoso Bolsonaro jogar com a saúde da população e impor um debate ideológico", declarou no Twitter.