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À pedido de um deputado do PSL, a Assembleia Legislativa de São Paulo vai homenagear o ditador Augusto Pinochet, que comandou o Chile entre 1973 e 1990. O país vizinho vive uma forte onda de protestos que questiona a herança do período ditatorial e cobra uma nova Constituição.
A atividade foi marcada à pedido do deputado estadual Frederico D’Ávila, que hoje integra o PSL mas pretende migrar para o partido que será criado por Jair Bolsonaro (Aliança Pelo Brasil), e será realizada no dia 10 de dezembro. Um detalhe curioso é a grafia do nome do ditador: Augusto P. Ugarte, escondendo o sobrenome mais famoso.
O governo do general Augusto Pinochet se arrastou de 1973 até 1990, com mais de 80 mil pessoas sendo presas e outras 30 mil torturadas. Segundo números oficiais, mais de três mil pessoas foram assassinadas.
Bolsonaro já chegou a exaltar o ditador chileno algumas vezes e foi criticado até mesmo pelo atual presidente do Chile, Sebatián Piñera, que é visto como um seguidor de Pinochet. Em setembro, ele usou a figura do general para atacar a ex-presidenta Michelle Bachelet, que atualmente ocupa o posto de Alta Comissária de Direitos Humanos da ONU.
Medo dos protestos
Enquanto exaltam o regime pinochetista, aliados de Bolsonaro temem que a onda de protestos que se conflagrou no Chile chegue ao Brasil. No país vizinho, os manifestantes pressionam pela criação de uma Assembleia Constituinte para reformar a carta constitucional criada nos anos da ditadura.
Tráfico de drogas
Além da repressão promovida no comando do Chile, Pinochet é acusado de articular um esquema de tráfico de cocaína por meio de aviões das Forças Armadas. “Não há dúvidas de que Pinochet, cujo poder durante a ditadura foi absoluto, participou do esquema de tráfico”, afirmou o periódico britânico The Observer, que inclusive lembrou uma das mais célebres frases do ditador: “neste país, não se move nem uma folha sem que eu saiba”.
[caption id="attachment_195817" align="aligncenter" width="786"] Reprodução/ALESP[/caption]