Dólar abre o dia em disparada e já mira R$ 4,50

A disparada da moeda americana no mercado é muito semelhante ao desastre ocorrido em 2018 no governo de Mauricio Macri, na Argentina

Bolsonaro e Paulo Guedes, ministro da Economia (Foto: Isac Nóbrega/PR)Créditos: Reprodução / Divulgação redes sociais
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O dólar abriu nesta terça-feira (26) em disparada, a R$ 4,25 e já mira R$ 4,50. O governo de Jair Bolsonaro, conforme divulgado pela Fórum nesta segunda-feira, bateu recordes nas médias mensais em sete dos dez meses já transcorridos e pode fechar novembro com a média mais alta da história da moeda, criada em 1994 com o Plano Real. Nesta segunda-feira, a cotação do dólar alcançou o maior valor nominal para venda de sua história pela segunda vez em novembro: R$ 4,21. Não é sócio Fórum? Quer ganhar 3 livros? Então clica aqui.

A alta, de acordo com analistas, teria sido uma reação do mercado ao ministro da Economia, Paulo Guedes. Ele disse nesta segunda-feira que, diante da redução da taxa básica de juros no país, o câmbio de equilíbrio "tende a ir para um lugar mais alto".

"Quando você tem um fiscal mais forte e um juro mais baixo, o câmbio de equilíbrio também ele é mais alto", afirmou Guedes em entrevista coletiva na embaixada brasileira em Washington.

A disparada da moeda americana no mercado é muito semelhante ao desastre ocorrido em 2018 no governo de Mauricio Macri, na Argentina. O início da sua derrocada o levou, com o pires na mão, de volta ao FMI. O resultado foi o seu fracasso eleitoral. A exemplo ainda do que ocorreu na Argentina, a alta no preço já faz a carne, por exemplo, sumir do prato do brasileiro. Diversos outros produtos atrelados ao dólar podem sofrer impacto como a farinha de trigo (pão), combustível (transporte, gás de cozinha) etc. No dia 18 deste mês, o governo Bolsonaro bateu o primeiro recorde com R$ 4,207. Esse título não conta as correções inflacionárias, mas surpreende pelas críticas que o governo da ex-presidenta Dilma Rousseff sofreu com um dólar bem abaixo dos números de Paulo Guedes, ministro da Economia de Bolsonaro. Quando analisadas as médias mensais dos dez primeiros meses de governo do ex-capitão, a média do dólar supera ou iguala os anos anteriores sete vezes. Segundo dados do IPEA Data, apenas em janeiro, fevereiro e julho a equipe econômica de Bolsonaro conseguiu fechar um mês abaixo dos registros mensais anteriores. Em agosto, a média aparece igual à de 2018 (R$4,12), apesar de outros levantamentos – como o do Instituto de Economia Gastão Vidigal (IEGV) – colocarem à daquele ano como inferior.  

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